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Motorista de app fatura expondo passageiros em vídeos no YouTube; entenda

Utilizando uma câmera escondida no veículo, Henrique registra os acontecimentos das madrugadas durante as corridas

Luciana Carvalho
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O motorista de aplicativo Henrique Pereira vem ganhando grande notoriedade nas redes por conta das gravações que realiza durante seu trabalho. Com mais de um milhão de inscritos no YouTube e quase 600 mil visualizações, ele publica vídeos em seu canal, sem autorização dos passageiros, exibindo situações onde eles são expostos a situações de vexames ou até se envolvendo em possíveis crimes. Isso fez com que o motorista fosse banido das empresas de aplicativos como Uber e 99.

Utilizando uma câmera escondida no veículo, Henrique registra os acontecimentos das madrugadas de Heliópolis e da Brasilândia, periferias de São Paulo, onde costuma transportar passageiros. Ele dirige um Fusion Titanium Preto 2015, que já somou muitos quilômetros rodados e até resistiu a troca de tiros, ele afirma já ter passado por momentos complicados envolvendo polícia, tráfico de drogas e assédio sexual.

Em um dos vídeos mais assistidos de seu canal, ele expulsa dois passageiros, um homem e uma mulher, que fez ao motorista uma proposta de sexo a três. "Ninguém sabe o que acontece na madrugada, por isso comecei a gravar. Tem muito assédio e coisa errada", disse Henrique, em entrevista ao UOL Carros.

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Além de situações inusitadas, o youtuber diz ter passado por ocasiões tensas em que, segundo ele, colocaram em risco sua própria vida. Em vídeo gravado durante uma corrida, o passageiro revela seu verdadeiro destino, uma "biqueira". Nas gravações é possível escutar o homem falando sobre questões envolvendo polícia, crimes e armas.

Henrique também conta que já foi assaltado durante uma corrida. Enquanto buscava uma passageira, uma moto fechou seu veículo e os ocupantes tentaram tirar ele de dentro do carro, mas como seu veículo é blindado, ele conseguiu fugir.

Devido às histórias bizarras que diz vivenciar, seus amigos desconfiavam dos ocorridos e, segundo ele, por isso passou a gravar suas corridas. "Eu chegava e falava para o meu pai e para a minha mãe o que tinha acontecido e eles não acreditavam. Falava para os meus amigos e eles também não acreditavam. Foi onde eu tive uma ideia de começar a gravar."

Segundo o motorista, atualmente sua principal renda vem dos vídeos produzidos no YouTube, que rendem entre R$ 20 mil a R$ 30 mil por mês

Banido de Uber e 99

Procurada pela reportagem, a Uber afirmou que Henrique foi banido da plataforma em 2018. Já a 99 informou que o motorista não está credenciado a plataforma e, "imagens realizadas pelos condutores durante as corridas não integram o ecossistema de segurança da 99, que inclui câmera de segurança e um recurso no app de gravar o áudio".

"Antes da corrida começar, o passageiro é comunicado que o veículo possui um sistema de segurança por imagem e pode escolher aceitar ou não a viagem. Todas as imagens são armazenadas de acordo com as Políticas de Privacidade da 99 e com as Políticas de Reconhecimento Facial, em conformidade com a legislação vigente", concluiu a empresa.

As informações foram confirmadas pelo próprio motorista, que afirma ter firmado parceria com o aplicativo Indriver. Até o momento, a empresa não se pronunciou sobre o caso.

Uso indevido de imagem

Por conta das gravações, youtuber tem um processo em seu nome por uso indevido de imagem movido por uma passageira.

De acordo com Maria Tereza Grassi Novaes, advogada e mestre em direito penal econômico, "a publicação de vídeos sem a autorização dos passageiros será considerada delito caso haja a identificação do indivíduo, gerando crime contra honra e reparação dos danos".

(Luciana Carvalho, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política.)

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