CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Estudo mostra o que humanos e antas têm em comum; entenda

Amostras coletadas em animais apresentaram contaminação por agroquímicos e metais tóxicos

Carolina Mota

Um estudo multidisciplinar realizado pela Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (Incab), do projeto IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas, identificou que humanos e antas apresentam um composto em comum no organismo, advindo de agrotóxicos em excesso nas regiões de Nova Alvorada do Sul e Nova Andralina. Após analisar o sangue dos animais, os cientistas relacionaram ao sangue também coletado dos moradores e concluíram que ambos estão contaminados com glifosato, produto químico cuja venda e aplicação são regulamentadas por lei, mas que possui propriedades cancerígenas.

Cinco anos de estudo foram feitos com os animais em questão que residem na região do Cerrado, uma vez que a anta é uma espécie usada para detectar riscos ou perigos a elas mesmas e a outras espécies, incluindo humanos.

VEJA MAIS

image Lula sanciona com vetos lei que agiliza registro de agrotóxicos no Brasil
Vetos serão analisados pelo Congresso

image Supremo Tribunal Federal derruba trechos de decreto que abrandou classificação de agrotóxicos
Ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli seguiram a relatora

Como foram encontradas a presença das substâncias nas antas, pesquisadores mostraram preocupações sobre a saúde das comunidades que vivem na região.

Coquetel de agroquímicos

Foram cinco agroquímicos encontrados durante a pesquisa, sendo dois Organofosforados (Glifosato e Malathion) e três Organoclorados (pp’DDD, Dieldrin e Beta-BHC). Ao todo, 94 moradores dos municípios de Nova Alvorada do Sul e Nova Andradina fizeram parte do estudo e tiveram amostras coletadas para exame.

Desses, 36 pessoas testaram positivo para algum agrotóxico, sendo que em alguns casos há mais de um químico presente. Essa situação é conhecida como 'coquetel de agroquímicos'. Seus efeitos ainda são pouco conhecidos, mas a interação entre químicos pode ser ainda mais perigosa.

Do total de participantes, 78 foram testados para o glifosato em amostra de urina, que se mostrou presente em 25 pessoas.

Os laudos contendo os resultados dos exames foram entregues para cada um dos moradores que participaram da amostragem, assim como recomendações sobre como proceder nos casos positivos para agroquímicos e metais.

Metais também foram encontrados nas amostras

Ao contrário dos agroquímicos, os metais são encontrados naturalmente no ambiente. Entretanto, dependendo do tempo de exposição, quantidade e tipo de metal, pode-se gerar efeitos tóxicos. O cobre e mercúrio são classificados pela IACR (International Agency for Reserach on Cancer), como Grupo 3 – carcinogenia não classificável, pois não há evidências o suficiente em humanos e animais.

Apesar da falta de evidências sobre o potencial cancerígeno, o mercúrio pode se propagar para a corrente sanguínea e atingir o cérebro, o que pode resultar em danos ao Sistema Nervoso Central, com informações do portal Campo Grande News.

Carolina Mota, estagiária sob supervisão de Mirelly Pires, jornalista de OLiberal.com

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Brasil
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BRASIL

MAIS LIDAS EM BRASIL