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Daniel Cravinhos procura o irmão de Suzane von Richthofen por meio de carta; confira

Sentenciado escreveu carta para tentar contato com o ex-cunhado

Gabriel Bentes
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Um dos condenados pelos assassinatos de Manfred e Marísia von Richthofen, Daniel Cravinhos, procurou o ex-cunhado e filho do casal desde que saiu da prisão. Por meio de uma carta, o ex-namorado de Suzane Von Richthofen diz que mora perto de Andreas Richthofen e quer conversar com ele pessoalmente. As informações são da coluna Ulisses Campbell, do O Globo, que entrevistou sentenciado.

“No passado, antes do julgamento, Suzane tentou encontrá-lo, e ele foi até a delegacia registrar um boletim de ocorrência contra ela. Tenho esse medo”, recordou Daniel ao blog.

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Segundo Cravinhos, a família tem uma chácara próxima ao local em que o irmão de Suzane Von Richthofen está morando, mas tem receio de procurá-lo diretamente sem o avisar. Para tentar contato com o irmão da ex-namorada, então, Daniel enviou uma carta para Andreas por meio um amigo em comum, pedindo uma chance de conversa.

“Gostaria de conversar contigo e expressar meus sentimentos, mas compreenderei se preferires não olhar na minha cara”, escreveu Cravinhos em uma carta para ao ex-amigo, à qual a coluna de Ullisses Campbell teve acesso.

Ainda segundo o jornalista, esse mesmo amigo já havia tentado intermediar uma conversa entre Daniel e Andreas, mas o irmão de Suzane teria ficado bastante abalado ao apenas ouvir Daniel no viva-voz do celular.

No texto, Daniel lembrou que ele e Andreas, que eram amigos antes do duplo homicídio, tiveram vários momentos bons juntos, falou em culpa e arrependimento e pediu “misericórdia” ao ex-cunhado. "Desde sempre penso em você, [Andreas], a maior vítima de tudo o que aconteceu", escreveu Cravinhos.

Leia a carta completa

"Querido Andreas,

Após sete anos de reflexão, finalmente encontro coragem para escrever a você. Sinto-me apreensivo com a sua possível reação ao ler essa carta. Recentemente, tomei conhecimento de notícias suas por meio de amigos em comum e pela imprensa, o que me levou a tomar a decisão de pôr para fora o que estou sentindo.

Minha mente está em turbilhão, pois meu desejo mais profundo é ter o seu perdão. As palavras mal conseguem expressar a intensidade de minha angústia e remorso. Minhas mãos tremem enquanto escrevo, e cada linha é uma batalha contra os fantasmas do passado.

Há duas décadas, desde aquele fatídico dia, carrego o peso do arrependimento e da culpa, ciente de que minhas ações trouxeram tamanha tragédia para nossas vidas. Desde sempre penso em você, a maior vítima de tudo o que aconteceu. Hoje, ao praticar motovelocidade, a imagem do seu rosto vem à minha mente. Como seria bom ter você ao meu lado, correndo em uma moto. Lembra do mobilete que construímos juntos?

Somos vizinhos em São Roque. Meu sítio fica a três quilômetros do seu. Sinto vontade de tocar a sua campainha, mas temo sua reação. Morro de medo que você se sinta ameaçado com a minha presença. Além disso, sei que a sociedade me vê unicamente como o assassino de seu pai. E você? Como você me enxerga além disso?

Saí da prisão em 2017 após perder 17 anos de minha liberdade. Mas você perdeu muito mais do que eu. Desejo compreender seu luto e fazer parte dele. Lembro do dia da reprodução simulada feita na sua casa duas semanas após o crime, quando você abraçou o Cristian e me olhou emocionado. Quando íamos nos abraçar, os policiais não deixaram. Entendi o seu gesto de carinho como um perdão. Contudo, você era apenas um adolescente. Hoje, você é um homem adulto. Gostaria de conversar contigo e expressar meus sentimentos.

Desde que saí da prisão, reconstruí minha vida, assim como Suzane, sua irmã. Aos trancos e barrancos, o Cristian também está tentando recomeçar. No entanto, a culpa continua a me perturbar. Parte de minha família me rejeita, e sinto que um dedo acusador aponta para mim constantemente, me lembrando do que fiz. Essa culpa não desaparecerá com a sentença que me condenou a 39 anos. Seguirá comigo até o fim dos meus dias.

Espero, do fundo de minha alma, que você encontre no coração a compaixão para me perdoar. Sei que minhas palavras podem parecer insuficientes diante da magnitude do que aconteceu, mas é com toda a sinceridade e humildade que peço por tua misericórdia. Estou disposto a enfrentar as consequências de meus atos e a fazer tudo o que estiver ao meu alcance para tentar reparar o enorme dano que lhe causei. Se você permitir, gostaria de ter a oportunidade de falar pessoalmente, olhos nos olhos, e abrir meu coração.

Mas, se você preferir manter distância, respeitarei. Apenas desejo saber o tamanho do abismo emocional que nos separa para saber se é possível atravessá-lo. Hoje, serias capaz de me dar o abraço que não aconteceu 22 anos atrás?

Daniel Cravinhos"

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