Após escândalo, Hapvida segue em queda livre na Bolsa de Valores
as ações da operadora caíram mais de 4% no pregão desta segunda-feira, sendo negociadas a R$ 3,85. O declínio dos papéis da Hapvida já tinham experimentado uma forte queda na sexta-feira (19), com uma queda de quase 7%, a maior registrada no pregão.
Investigada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por desrespeitar as decisões judiciais que ordenavam o fornecimento de medicamentos e tratamentos a clientes, a Hapvida NotreDame Intermédica está em queda livre na Bolsa de Valores desta segunda-feira (22).
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Logo após as 14h, as ações da operadora do principal plano de saúde do Brasil caíam mais de 4% no pregão, sendo negociadas a R$ 3,85. O declínio dos papéis da Hapvida já tinham experimentado uma forte queda na sexta-feira (19), com uma queda de quase 7%, a maior registrada no pregão.
Conforme um inquérito iniciado em 12 de janeiro pela Promotoria do Consumidor, clientes da empresa afirmam que a Hapvida vem sistemática e reiteradamente ignorando decisões da Justiça. São mencionados pelo menos 80 processos recentes nos quais a empresa teria desrespeitado determinações judiciais.
No ano passado, o MPSP iniciou um procedimento preparatório do inquérito e notificou a Hapvida para que ela se pronunciasse sobre o suposto descumprimento. A empresa optou por não responder.
Na plataforma Reclame Aqui, a empresa é objeto de 492 reclamações relacionadas ao tema, além de 107 queixas no Procon.
Além do inquérito civil, o MPSP iniciou outras duas apurações criminais para investigar se a Hapvida cometeu o crime de desobediência ao ignorar as decisões da Justiça. Uma delas foi instaurada pela promotoria de Jundiaí (SP) em agosto do ano passado e foi prorrogada em novembro. A outra, iniciada em Osasco (SP), foi arquivada em setembro de 2023.
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) publicou uma nota nesta segunda-feira (22), informando que "destaca a necessidade e a importância de haver segurança jurídica nos contratos celebrados entre os beneficiários e as operadoras de planos de saúde, que seguem uma extensa e complexa regulamentação e legislação vigente".
"Não é de hoje que a Abramge alerta para o crescente processo judicial na saúde suplementar, que, segundo dados da ANS – Agência Nacional de Saúde Suplementar, aumentou em 58,2% em 2022, em relação a 2021, alcançando um total de R$ 4 bilhões. A judicialização impacta o atendimento a toda sociedade, uma vez que os recursos públicos e privados são finitos", afirma a entidade.
"O acesso ao sistema judiciário é um direito garantido a todos, mas a demanda individual deve ser respaldada por bases legais, regulatórias e contratuais", diz a nota.
Dados da Hapvida
No terceiro trimestre do ano passado, a Hapvida registrou um lucro líquido de R$ 261,1 milhões. O desempenho no período entre julho e setembro de 2023 correspondia a uma queda de 61,5% em relação ao lucro obtido no terceiro trimestre de 2022.
A empresa do setor de saúde encerrou o terceiro trimestre com 15.848 beneficiários (redução anual de 0,4%), com 68 mil planos de saúde ou odontológicos a menos em relação a um ano antes. O valor do tíquete médio foi de R$ 251,80 (aumento de 11,8%).
No final de setembro de 2023, a dívida líquida da empresa totalizava R$ 4,95 bilhões, uma diminuição de 23,3% em comparação com o terceiro trimestre do ano anterior.
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