O que é agamia? Descubra a nova forma de relação que é contra o casamento
Dados do IBGE revelam que a taxa de casamentos no Brasil vem caindo nos últimos anos e novo tipo de relacionamento vira tendência entre os jovens

Tradicionalmente, o casamento era visto como um passo natural na vida adulta, seguido pela formação de um lar e uma família. No entanto, as novas gerações estão desafiando essa norma, criando novas formas de se relacionar. Entre as tendências que surgem, a agamia com uma proposta radical: a ausência de interesse em formar um relacionamento romântico com outra pessoa.
Dados do IBGE revelam que a taxa de casamentos no Brasil vem caindo nos últimos anos. Em 2022, foram registrados 970.041 casamentos, um aumento de apenas 4% em relação ao ano anterior. Esse cenário contrasta com a média anual de 1.076.280 casamentos entre 2015 e 2019. Ao mesmo tempo, o número de pessoas solteiras no Brasil atingiu 81 milhões, ultrapassando a quantidade de pessoas casadas, que soma 63 milhões.
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A queda do casamento tradicional não significa que as pessoas estejam renunciando ao amor. Novas formas de relacionamento, como o poliamor, relações platônicas e relacionamentos abertos, estão ganhando espaço.
Nesse contexto, a agamia surge como uma proposta nova, que questiona a necessidade de um parceiro romântico para se sentir feliz e completo. A palavra vem do grego "a" (sem) e "gamos" (união), e se baseia na ideia de que a felicidade individual não depende de um relacionamento amoroso.
O que diz a agamia
Ainda que seja um movimento recente, a agamia vem ganhando cada vez mais adeptos, especialmente entre os jovens. A internet e as redes sociais facilitam a conexão entre pessoas que compartilham dessa visão, permitindo a troca de experiências e a criação de comunidades de apoio.
Normalmente, uma pessoa solteira procura encontrar um indivíduo com quem possa estabelecer um relacionamento amoroso e, por isso, entende a sua solteirice como um período de transição. Já adeptos do poliamor defendem a ideia de ter dois ou mais parceiros sem ter a exclusividade da monogamia. Já os agâmicos defendem a liberdade individual como princípio fundamental. Eles acreditam que a busca por um parceiro romântico pode limitar a expressão vital da pessoa e condicionar seus comportamentos.
É importante ressaltar que a agamia não significa isolamento social. Os agâmicos podem ter amigos, familiares e outros tipos de relações, apenas não sentem vontade de ter um parceiro romântico.
As razões que levam alguém a optar pela agamia são diversas. Algumas pessoas podem ter passado por experiências negativas em relacionamentos anteriores, enquanto outras simplesmente não se identificam com o modelo tradicional de casal.
Em oposição à monogamia tradicional, a agamia valoriza o desenvolvimento da sexualidade individual, dando mais espaço ao autoconhecimento e ao prazer. A ideia é explorar diferentes tipos de uniões pessoais sem se prender a rótulos ou expectativas pré-definidas.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)
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