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19 assassinatos foram registrados em conflitos de campo em 2022, aponta Comissão Pastoral da Terra

Dados mostram que até maio deste ano, 5 indígenas e 3 ambientalistas foram mortos em confrontos; caso Bruno e Dom não estão inclusos

Carolina Mota
fonte

Dezenove pessoas foram assassinadas em conflitos rurais no Brasil, em 2022. Os dados são do Centro de Documentação da Comissão Pastoral da Terra (Cedoc - CPT), que divulgou relatório preliminar considerando os números até maio deste ano. O caso do indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips não está na lista. As informações são do G1.

Carlos Lima, da coordenação nacional da CPT, avalia que esses números são uma crescente e aponta falhas do Governo Federal na fiscalização de conflitos rurais no Brasil. Lima ainda afirma que a "certeza" da impunidade leva ao aumento dos crimes.

"É impossível continuar vivendo com essa situação. A sociedade brasileira tem que agir de imediato e cobrar a defesa das comunidades [...]. Crimes contra os indígenas, contra as lideranças, contra os ambientalistas precisam ser punidos exemplarmente", defende.

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Quem eram as pessoas por trás dos números?

 

Uma família de ambientalistas foi assassinada, no início do ano, em São Félix do Xingu, Sudoeste do Pará. José Gomes, conhecido como Zé do Lago, a esposa Márcia Nunes Lisboa e a filha Joene Lisboa foram mortos a tiros. O casal vivia há mais de 20 anos no local e desenvolvia um projeto ambiental de proteção de quelônios "repovoando as águas do Xingu com filhotes de tartarugas todos os anos", segundo o Ministério Público Federal (MPF). Na época, o MPF afirmou que os fatos eram de extrema gravidade e que se inseriam em um contexto de frequentes ataques a ambientalistas e defensores de direitos humanos no país.

Indígenas assassinados 

 

Três dos indígenas assassinados eram da Terra Yanomami, maior reserva indígena do Brasil, localizada entre o Amazonas e Roraima. Dois deles foram mortos em um conflito armado na terra e uma Yanomami de 12 anos teria sido estuprada e morta por garimpeiros na reserva.

Na época dos casos, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, afirmou que garimpeiros ilegais teriam incentivado o conflito, que ocorreu no dia 11 de abril, entregando armas para indígenas favoráveis à exploração de minério da reserva. Já sobre o caso da adolescente, Hekurari disse que ela estava sozinha na comunidade Aracaçá, em Amajarí, no norte de Roraima, quando foi atacada por garimpeiros. No início de maio, a investigação da Polícia Federal mostrou sobre a denúncia de homicídio, que não tinha sido concluída, apontou que o caso foi mal-entendido e que não havia nenhum vestígio dos crimes relatados no local.

Os outros dois indígenas são Alex Recarte Vasques Lopes, assassinado em Coronel Sapucaia, no Mato Grosso do Sul, e Eliseu Kanela, do povo Kanela do Araguaia, no Mato Grosso.

Em resumo, os dados do relatório apontam que:

► O Pará teve o maior número de casos, onde três ambientalistas e um sem terra foram assassinados;

► Do total de homicídios, cinco foram de indígenas e dois de quilombolas;

► Ainda segundo o relatório, quatro sem terras, dois assentados e outros dois pequenos proprietários rurais foram assassinados até maio no país.

(Carolina Mota, Estagiária da Redação, sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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