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Verão 2023: confira dicas de como viajar com segurança e tranquilidade com o pet

A pet chef confeiteira Taissa Barbosa é tutora de oito animais. Quatro deles são cachorros e vão acompanhá-la a Salinópolis para curtir o veraneio

Saul Anjos e Gabriel Pires

Com a passagem do primeiro final de julho e a chegada das férias escolares, famílias se programam para viajar juntos, sem esquecer de uma presença importante e daqueles que estão do lado para qualquer ocasião: os pets. Mas, para aproveitar este momento, é necessário tomar certos cuidados, seja em viagens em veículos terrestres, aquáticos ou aéreos. 

Taissa mostrou para reportagem de O Liberal o que costuma levar para a diversão na praia. “Isso daqui (itens) é um final de semana de praia. É todo um preparativo desde Belém até chegar em Salinas. Tudo para eles (cães). A proteção de vacina, antiparasitários. Toda vez que viajo com eles tomo esses cuidados (...), que na época de sol preciso muito mais. Ainda tem guarda-sol, piscininha, porque fica muito quente”, contou ela.

“Quando viajo, meus gatos ficam. Aí vem uma catsister (profissional especializado em cuidar de bichanos) duas vezes ao dia, durante o período que estive viajando”, acrescentou.

Cuidados para a viagem

Aos motoristas, é importante estar atento se o pet está dentro das exigências que estabelece o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Segundo o Detran, o CTB proíbe o transporte de animais soltos, no colo de algum dos ocupantes do veículo, em porta-malas ou na área externa de caçamba e picapes. Para isso, é necessário colocá-los em uma caixa de transporte adequada ou em uma gaiola, conforme a espécie. A infração para quem descumpre essa norma é considerada média e o condutor pode ser punido com multa de R$ 130,16 e 4 pontos na CNH.

Com relação aos aviões, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) diz que o transporte de bagagens especiais e de animais deve observar o regime de contratação e procedimento de despacho próprio e as regras são definidas pelas empresas aéreas. Essas regras e informações, conforme dito pela Anac, devem ser disponibilizadas pelo transportador, por meio do seu endereço eletrônico ou atendimento telefônico. “As regras para o transporte de animais domésticos devem ser verificadas com a empresa, que poderá autorizar a movimentação no interior ou no porão da aeronave. De acordo com o porte ou a raça, o animal terá que usar focinheira para ter acesso ao terminal do aeroporto.

Além das regras da empresa aérea, pode haver exigências de outros órgãos para o transporte de animais domésticos que variam de acordo com o tipo de viagem, seja doméstica ou internacional”, explicou a Agência. A Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR) foi procurada para comentar os cuidados fundamentais para quem for viajar em embarcações. A redação aguarda resposta.

Valentina, é uma das duas cadelas, que irão com Taissa. Ela tem 11 anos e é portadora de paralisia. Em um perfil no Instagram, que conta com 13 mil seguidores, a tutora publica a rotina de Valentina. Por conta da condição, a tutora leva cadeira de rodas para a pet. Da mesma forma, Raicka, que completará 15 anos no mês que vem, Octávio, de 3 anos e meio, e mais novo, George, de 1 ano e meio, não veem a hora para botar as patas na areia.

“Na hora de ir para praia, vai todo mundo. Como a alimentação deles é natural, a comida vai dentro do isopor. Eu aproveito, assim como eles (cachorros). Preparo protetor solar, colete salva-vidas, identificação sempre, principalmente, no cachorro pequeno, muita água, vasilha de água e coleira aprova d’água. Para a Valentina, são os mesmos cuidados. Ela brinca também, vai para a água e aproveita como eles (os outros animais)”, concluiu.

Recomendações

Antes de viajar, é importante que os tutores levem os pets para uma consulta veterinária para verificar o estado de saúde do animal, como recomenda a veterinária Ellen Eguchi. “É importante, sim, fazer exame, ver como é que ele está de saúde até para que o tutor tenha uma viagem mais tranquila. Existem algumas doenças que são mascaradas pelo dia a dia, como o problema hepático, algum problema renal, que o tutor vai não consiga verificar de primeira e, levando no veterinário, ele pode acabar detectando e fazendo as considerações pertinentes para que essa viagem seja mais confortável possível”, recomenda Ellen.

“Algumas viagens intermunicipais a gente sabe que tem áreas que são endêmicas de determinadas doenças, como leishmaniose e a própria dirofilariose que é a doença do verme do coração. Aí a gente pode tomar medidas preventivas para que esse indivíduo não adquira essa doença, como o uso de coleira repelente, a própria aplicação de medicação no animal para que ele não adquira essas doenças que o mosquito ou o vetor que vá levar essa doença não consiga atingir esse indivíduo. Tudo isso o tutor só vai ficar sabendo quando levar no veterinário”, explica.

Para a viagem, Ellen destaca cuidados importantes que os tutores devem seguir. Em casos de trajetos interestaduais, é necessário que o tutor tenha à mão um atestado de viagem, conforme relata a especialista. O documento “é emitido por um médico veterinário, que é um atestado de exame clínico, descrevendo, além obviamente de que o animal está sadio, que ele não tem nenhuma patologia aparente, que ele está com as vacinas em dia”.

Seja para deslocamentos feitos de carro ou de avião, Ellen recomenda a o que se atentar: “Se for de avião, por exemplo, respeitar a normativa da empresa quanto à caixa de transporte, verificar a viabilidade desse animal de ir na cabine com o tutor. Dependendo do porte, existem algumas empresas que aceitam que ele [o animal] vá na cabine dentro do avião mesmo com o tutor. Senão, se ele for na parte de carga, colocar numa caixa de transporte bem confortável, que respeite a normativa para que ele tenha uma viagem tranquila”.

“E se for de carro ou de ônibus, que normalmente os animais costumam enjoar, tem que ter cuidado, verificar com o veterinário a possibilidade de uma medicação antiemética para esse indivíduo não vir a vomitar no transporte. E ficar sempre de olho se ele está com sede, dá umas paradas para que ele possa fazer xixi, dependendo do tamanho da viagem”, finaliza.

É importante se atentar:

  • É necessário colocar os animais em uma caixa de transporte adequada ou em uma gaiola, conforme a espécie
  • No caso de viagens de avião, de acordo com o porte ou a raça, o animal terá que usar focinheira para ter acesso ao terminal do aeroporto.
  • Levar os animais ao veterinário antes da viagem
  • Tutores devem portar um atestado de viagem emitido por um profissional

(Colaborou Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades)

Belém