CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Projeto promove a saúde mental e o diálogo entre pacientes do Hospital Galileu em Belém

Através de cartas, os participantes podem escrever palavras de conforto e encorajamento a outros pacientes

O Liberal
fonte

“Olá, sei que não nos conhecemos, mas sei como é difícil ficar em um hospital. Muitas vezes, sentimos dores, sentimos a falta da nossa família. Mas sei que logo, logo, tudo vai passar e estaremos em nossa casa, junto com a nossa família”, escreveu um desconhecido. As palavras de encorajamento para quem está em um leito hospitalar, também partiu de um paciente, que vive os mesmos desafios de quem, por alguma circunstância, teve de interromper as suas atividades diárias, para fazer tratamento de saúde.  

A troca de mensagens entre os autores anônimos faz parte de um projeto do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, que estimula a leitura e a escrita como terapia mental para pacientes internados na unidade. Intitulado ‘Carta para o desconhecido’, a iniciativa foi criada para o fortalecimento e proteção da saúde mental dos pacientes da unidade.

Na ação, implantada pelo setor de Humanização do Galileu, enfermeiros, técnicos, psicólogos e o serviço social percorrem as enfermarias da unidade colhendo as cartas. No segundo momento, a equipe faz a entrega das correspondências, aleatoriamente, a outros pacientes hospitalizados.

A enfermeira Anny Segóvia, coordenadora de Humanização do Galileu, explica que incentivar os pacientes a trocarem cartas possibilita a criação de uma verdadeira rede de apoio. “Existem várias formas de estimular a mente, como escrever e ler. Além disso, receber uma mensagem de apoio de um desconhecido, o qual está passando pelas mesmas circunstâncias que você, é no mínimo encorajador. E o projeto fala sobre isso: a abertura do diálogo entre as pessoas, o encorajamento mútuo e o principal, a mensagem de que tem alguém para contar nos momentos de dificuldades”, detalhou. 

Emoção 

Com o punho direito fraturado há 10 dias, Ana Maria, de 40 anos, está hospitalizada na unidade. Ao saber do Projeto, faz questão de participar. “A gente que fica no hospital, fica longe da família, dos amigos, é um momento difícil. E escrever e receber uma mensagem de incentivo é muito bom, fazendo com que nos sintamos melhor, acolhido”, disse.

Com a perna direita fraturada, o paciente José Antônio Vilhena, está há quase dois meses na unidade e agradece a toda a equipe. “Já passei por duas cirurgias. Na primeira, o meu corpo rejeitou o aparelho. Esse projeto é muito especial. Ele reflete o cuidado e o carinho com que somos tratados no Hospital Galileu. A equipe é humanizada, nos acolhe e faz de tudo para tornar esse momento menos sofrido”, parabenizou.

Atendimentos

O Hospital Galileu é uma unidade pública, do Governo do Estado, gerenciado pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A unidade é referência na rede de saúde, em atendimentos de traumatologia e alongamento ósseo.

“Temos um número significativo de pacientes de longa permanência na unidade, pois realizamos procedimentos cirúrgicos que, muitas vezes, devem ser estendidos por outros para a finalização do tratamento. Diante a esta situação, a unidade vem desempenhando um trabalho humanizado e um tratamento holístico, onde não é apenas o corpo que é tratado, mas também a mente, as emoções”, frisa Alexandre Reis, diretor-executivo do Galileu.

Terapias 

A psicóloga clínica e hospitalar, Aline Pereira, acredita que as ações voltadas à saúde mental, devem fazer parte da grade de projetos de todas as unidades hospitalares. “O profissional de saúde deve ser um agente motivador para reforçar o cuidado com a saúde mental, principalmente, neste período de pandemia, em que sentimentos frequentes de tristeza, depressão, ansiedade e nervosismo passaram a ser frequentes”, observa a especialista.

A psicóloga também explica que ‘estar hospitalizado’, é um fator estressante, e que projetos que estimulem as emoções, mudam o conceito de sofrimento e dor. “No contexto hospitalar, é possível desenvolver várias atividades para tirar o foco da hospitalização. Essas são atividades dinâmicas e de interação, ajudam a enfrentar esse momento”, considerou.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM