Pesquisadoras paraenses têm legado registrado em obra sobre memória da comunicação

Ao todo, 20 comunicadoras paraenses foram homenageadas no livro “Mulheres da Comunicação - Região Norte”

O Liberal
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A região Norte reúne diversas pesquisadoras da comunicação que fundaram e pavimentaram o caminho para a produção de pesquisas e projetos na área comunicacional, além de formarem centenas de comunicadores. A memória da produção intelectual e da contribuição de várias dessas pesquisadoras – sendo 20 paraenses – foi o destaque no livro “Mulheres da Comunicação - Região Norte”, lançado no dia 25 de novembro, que pode ser baixado gratuitamente na internet.

O livro faz parte do projeto voluntário “Mulheres da Comunicação - Construindo mapas do pensamento das mulheres na Comunicação da América Latina”, liderado por Omar Rincón (Universidad de los Andes, Bolívia), que visa destacar a importância de comunicadoras de vários países da América Latina. No Brasil, o projeto foi dividido em cinco livros, um para cada região do país.

Na obra que representa a região Norte, o capítulo dedicado ao Pará homenageou 20 professoras, entre “Fundadoras” e “Consolidadoras” da produção acadêmica da comunicação, que são: Juana Bertha, Regina Alves, Lívia Barbosa, Regina Lima, Analaura Corradi, Alda Costa, Raimunda Monteiro, Luciana Costa, Netília Seixas, Neusa Pressler, Elaide Martins, Ana Prado, Rosaly Brito, Rosane Steinbrenner, Vânia Costa, Danila Cal, Marina de Castro, Célia Amorim, Rosa Rodrigues e Manuela Corral.

No Brasil, o projeto foi coordenado por Nilda Jacks (UFRGS), Lírian Sifuentes (DAER-RS) e Guilherme Libardi (UFSCar). Na região Norte, a produção do livro foi coordenada por Juliana Lofego (professora da Universidade Federal do Acre) e por Vilso Santi (professor da Universidade Federal de Roraima). E, no estado do Pará, a coordenação foi da professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Rosane Steinbrenner, com apoio da professora Netília Seixas (UFPA), Rosa Luciana Rodrigues e Raíssa Lennon (doutoras em comunicação pelo PPGCOM/UFPA).

Memória

A professora Netília Seixas explica a importância do livro ao tratar da memória dessas comunicadoras, uma vez que é um ato pouco realizado. “Pouco nos preocupamos com a nossa própria memória. Então, acho muito válido e adequado que o livro esteja sendo feito”, afirma.

Inclusive, é um livro que permite ser usado como base para outras pesquisas e análises históricas. “Ele faz um registro histórico. É um livro de caráter descritivo da história do campo da comunicação e é feito de uma maneira que permite outras pesquisas, então é uma base de dados”, aponta a professora Rosane Steinbrenner.

Recorte de gênero e região

Por mais que não trate das dificuldades e do apagamento sofrido pelas mulheres na sociedade, o livro se baseia nesse fator para registrar a contribuição de importantes figuras da comunicação paraense e da região Norte. “A ideia do livro vem de uma percepção de que essa narrativa dos processos históricos acaba sendo submetida a uma lógica colonial de apagamento de grupos sociais vulnerabilizados, inclusive as mulheres”, explica a professora Rosane Steinbrenner.

Além do recorte de gênero, o reconhecimento e o espaço de fala dos comunicadores da região são atravessados por outras perspectivas, como a da região em que a pesquisadora está. “Tem todo um processo de construção, de estabelecimento, de visibilidade, que tem várias variáveis junto, inclusive a própria região Norte, que não está nos grandes centros decisórios”, afirma a professora Netília Seixas.

Ao mesmo tempo, a professora Netília Seixas analisa a presença das mulheres no campo comunicacional e destaca um crescimento da valorização, por mais que seja insuficiente. “Houve, sim, um crescimento da valorização da mulher como profissional e pesquisadora da área da comunicação, até como resultado da própria luta das mulheres de maneira geral para outros segmentos. Mas, claro, ainda há muito a ser feito”.

Desafios

O projeto envolve vários grupos de trabalho em países, regiões e estados diferentes para colocar em prática o processo de escrita dos livros. Dessa forma, um dos maiores desafios é o trabalho em rede nacional de pesquisa, segundo a professora da UFPA Rosane Steinbrenner.

Além disso, como o trabalho é voluntário, é necessário encontrar pessoas que se disponham a ajudar no projeto. “Antes de mais nada, ele passa pelo desafio de encontrar pessoas que reconheçam a relevância de promover um levantamento consistente, ordenado e sensível às diferenças entre as regiões brasileiras”, comenta Rosane Steinbrenner.

Outro desafio foi o de entrar em contato e reunir informações de algumas comunicadoras, além de encontrar pessoas que pudessem escrever as bionotas (pequenas biografias). “O desafio era as comunicadoras aceitarem ser biografadas, alcançar informações com rigor científico e encontrar quem fizesse a bionota”, detalha a professora da UFPA.

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