O peso da espera: estudantes e escolas buscam equilíbrio emocional antes do Enem

Para a psicóloga e pedagoga Elayne Oliveira, a ansiedade é uma reação natural diante de momentos decisivos como o Enem, e pode se manifestar tanto no corpo quanto na mente

Bruna Lima

À medida que o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) se aproxima, cresce também a ansiedade entre os estudantes que se preparam há meses para o grande dia. A pressão por um bom desempenho, somada às incertezas do futuro acadêmico, tem exigido não apenas disciplina, mas também equilíbrio emocional. Em um colégio particular do bairro da Batista Campos, em Belém, alunos, professores e psicólogos se mobilizam para ajudar os jovens a atravessar esse momento com mais leveza e confiança.

Para quem sonha com uma vaga na universidade, a reta final é de dedicação total. A estudante Maria Clara Nunes, de 18 anos, conta que os últimos dias antes da prova são marcados por nervosismo e revisão constante.

image Maria Clara 

“A ansiedade está a mil, né? A gente se preparou o ano todo pra isso. Agora é o momento de potencializar o que a gente aprendeu. A pressão é grande, mas eu acho que a gente se preparou bem”, afirma a jovem, que pretende cursar Fisioterapia na UFPA.

“No início do ano eu deixei o lazer um pouco de lado, mas agora, no final, tento equilibrar. Dá pra estudar e ainda reservar um tempo pra se divertir e aliviar a cabeça”, conta Maria Clara.

A colega Sofia Martins, de 17 anos, compartilha a mesma expectativa. Estudando desde o início do ano, ela tenta controlar o nervosismo que costuma aparecer perto da prova.

image Sofia Martins

“Eu sempre tive um cronograma certinho de estudos, mas agora estou tentando ficar mais tranquila, dar um tempo nas horas vagas pra não ficar tão nervosa”, diz. Sofia vai prestar o Enem para Psicologia, também sonhando com uma vaga na universidade federal.

O desafio das mudanças e o papel da escola

O diretor Cássio Maciel, de um colégio particular em Batista Campos, explica que 2025 tem sido um ano atípico para o calendário escolar. “Tivemos uma reorganização no calendário por conta das mudanças no cronograma das provas. Essa divisão entre as aplicações em julho e novembro exigiu ajustes. Agora estamos nas revisões finais, fazendo os últimos alinhamentos pra que os alunos cheguem mais tranquilos no dia da prova”, explica.

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Ele destaca que a ansiedade é um dos principais pontos de atenção da equipe pedagógica. “Quando a prova é adiada, a ansiedade aumenta naturalmente. Por isso, nossa equipe de psicologia tem trabalhado junto com os professores pra dar suporte emocional. A gente realiza eventos, momentos de confraternização e atividades leves, pra aliviar essa pressão”, afirma o diretor.

Durante o período de recesso, o colégio também mantém os alunos conectados ao estudo.“Mesmo nas férias, teremos aulas ao vivo no YouTube do colégio, pra manter o ritmo de estudo até o dia do exame. E, na véspera da prova, realizamos nossa tradicional revisão em uma sala de cinema, é um momento simbólico, de apoio emocional e motivação antes do Enem”, completa Cássio.

A ansiedade sob o olhar da psicologia

Para a psicóloga e pedagoga Elayne Oliveira, a ansiedade é uma reação natural diante de momentos decisivos como o Enem, e pode se manifestar tanto no corpo quanto na mente.

“É comum que o estudante apresente sintomas como sudorese, taquicardia, insônia e dores de cabeça. Tudo isso vem do medo e da pressão de estar diante de uma escolha que pode definir o futuro acadêmico e profissional”, explica.

Segundo a profissional, o apoio familiar é um dos fatores mais importantes nessa fase. “A família precisa ser uma rede de apoio, e não apenas de cobrança. Quando o aluno sente esse suporte, ele consegue lidar melhor com o estresse. Já quando a pressão vem de todos os lados, escola, sociedade e casa,, a ansiedade tende a aumentar”, pontua.

Nos dias que antecedem o exame, Elayne recomenda que os alunos priorizem o descanso mental. “Nessa reta final, não é hora de acumular mais informações. O ideal é relaxar, fazer algo que traga prazer e manter o corpo e a mente equilibrados. No dia da prova, a respiração controlada e começar pelas questões mais fáceis são estratégias simples, mas eficazes, para lidar com o nervosismo”, orienta.

Entre a pressão e o sonho

Enquanto o calendário avança para os dias decisivos, os estudantes tentam equilibrar expectativas e emoção. Entre revisões, exercícios e pausas para respirar, o foco permanece o mesmo: alcançar uma boa nota e garantir um futuro promissor.

“O Enem é muito mais do que uma prova, é um divisor de caminhos. A gente sente medo, mas também esperança”, resume Maria Clara.

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