Motoristas e cobradores da São Luiz paralisam atividades e deixam milhares sem ônibus em Belém
Falta de pagamento motiva suspensão de atividades. Empresa opera as linhas Canudos - Praça Amazonas II (Tucunduba) e Canudos - Presidente Vargas

Nesta segunda-feira (13), rodoviários da empresa São Luiz, responsável pelas linhas Canudos - Praça Amazonas II (Tucunduba) e Canudos - Presidente Vargas, paralisam atividades, reivindicando pagamento de salário e tíquete alimentação atrasados. A última paralisação dos funcionários da empresa começou no dia 12 de abril e durou 19 dias, afetando o transporte de cerca de 10 mil usuários.
De acordo com o diretor de Comunicação do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belém (Sintrebel), Luciano Barros, a empresa não cumpriu com o acordo estabelecido ao final da última paralisação, no dia 29 de abril: "O salário de dezembro não foi quitado e tem quatro tíquetes atrasados, de fevereiro, março, abril e maio. Por isso, a empresa toda está parada".
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Os trabalhadores se reúnem nesta segunda-feira, na sede da empresa, e esperam ter uma conversa com o patronato ainda hoje, caso contrário, deverão manter a suspensão das atividades. "Nenhum ônibus vai rodar hoje, só com o pagamento imediato do que a empresa está devendo", afirma Luciano Barros.
Setransbel aponta prejuízo de R$ 12 milhões com tarifa a R$ 4
Por nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) comunicou que "...a paralisação de hoje é reflexo do desequilíbrio financeiro que todas as empresas têm passado e do descaso com o setor, que tem como única fonte de receita a tarifa. O sistema de transporte hoje não tem condições sequer de capacidade de pagamento aos custos atuais. Com a inflação em disparada, os gastos com o diesel acumulam 100% de aumento desde a última revisão tarifária, e somados aos salários correspondem a 80% dos custos operacionais".
"O Setransbel ressalta ainda, que a crise do transporte coletivo vem sendo anunciada há vários anos, agravada com o congelamento da tarifa há mais de três anos. O resultado hoje é a falta de recurso das empresas para honrar seus compromissos, também impactadas pela ausência de definição do subsídio previsto pela Prefeitura de Belém que iria recompor a tarifa técnica definida em R$5,00 pela Semob, e aprovada pelo conselho de transporte. O prejuízo mensal do sistema já ultrapassa R$12 milhões", dizia nota da entidade.
Ainda na nota, o Setransbel informou que "...se solidariza ao momento atual da economia, entretanto, o colapso financeiro das empresas do setor no Brasil é iminente, em especial nas cidades onde o sistema é custeado exclusivamente pela receita auferida pelo pagamento da passagem, como ocorre no município de Belém e Região Metropolitana".
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