Mobilização nacional ‘Levante Mulheres Vivas’ terá ato em Belém neste sábado (6)
A programação une coletivos, movimentos, organizações e apoiadores com foco no enfrentamento efetivo ao feminicídio e a todas as formas de violência de gênero
Belém irá integrar, neste sábado (6), a mobilização nacional ‘Levante Mulheres Vivas’, reunindo mulheres, coletivos e organizações dedicadas no combate ao feminicídio e outras violências de gênero. Na capital paraense, a concentração do ato será no Boulevard da Gastronomia, Boulevard Castilho França, bairro Campina, às 8h. A programação segue diretrizes nacionais padronizadas, com elementos visuais de luto nas cores lilás e preto, palavras de ordem como “Mulheres! Vivas!” e a realização de atos simbólicos em rememoração às vidas perdidas.
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Em Belém, a articulação do Movimento Nacional é coordenada regionalmente por Vanessa Albuquerque e Maíra Parente, presidenta e vice-presidenta respectivamente da Rede Mulheres da Amazônia, que vêm construindo o chamado para a mobilização local. Para fortalecer a unidade do movimento e ampliar a convocação, o Levante em Belém se somou à Frente Feminista do Pará, que já possui mobilização instaurada.
Segundo Vanessa, as principais reivindicações do Levante Mulheres Vivas no Pará são o enfrentamento efetivo ao feminicídio e a todas as formas de violência de gênero. “Com prioridade para prevenção, proteção e responsabilização; a implementação de políticas públicas contínuas, e não ações pontuais, com estrutura de atendimento, acolhimento e uma rede de proteção que funcione de verdade; e, sobretudo, a unidade e a mobilização social, como um chamado para que a sociedade e o poder público tratem a violência contra as mulheres como uma urgência”, pontua.
Dados do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), mostram que o estado registrou 50 casos de feminicídio em 2024. No mesmo ano, foram registrados 9.924 casos de crimes de lesão corporal, violência contra a mulher. Apesar da redução de 12,28% e 9,79%, respectivamente, em comparação com o ano de 2023, ainda é preciso lutar por visibilidade para o problema.
“Os números mostram que a violência é estrutural e cotidiana e exigem resposta permanente do poder público e da sociedade. O Levante contribui porque dá visibilidade ao problema e impede a naturalização das mortes, fortalece a pressão por prioridade política e orçamento para a rede de atendimento e proteção, e consolida articulações locais, movimentos, entidades, imprensa e territórios, ampliando informação, vigilância social e cobrança por resultados”, afirma Vanessa.
O Pará possui um histórico de mobilizações feministas e atos públicos contra a violência, com histórico de articulação e presença da Frente Feminista do Pará nas ruas em Belém. “No No entanto, a unificação com um chamado nacional, com ações articuladas em datas definidas nacionalmente (6, 7 e 14/12) amplia o alcance e conecta a mobilização local a uma resposta coletiva em várias regiões do país”, complementa a presidenta da Rede Mulheres da Amazônia.
A realização em Belém conta com a união entre a coordenação regional do Levante Mulheres Vivas e a Frente Feminista do Pará, somando ainda coletivos, movimentos, organizações e apoiadores que integram a frente. Em diferentes cantos do país, os atos buscam reafirmar que nenhuma morte pode ser naturalizada e que é urgente transformar indignação em ação coletiva, com denúncia, memória e exigência de políticas públicas efetivas de prevenção, proteção e responsabilização.
*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidades
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