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Infarto: Pará registrou mais de 3 mil casos de internação pela doença em 2022; veja como prevenir

O cardiologista Antonio Monteiro explica as causas do infarto e lista recomendações de prevenir casos de infarto

Gabriel Pires
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Em todo o Pará, foram registradas 3.023 internações em decorrência de infarto em 2022, de acordo com dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) do Ministério da Saúde, divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) nesta segunda-feira (10). A nível nacional, um levantamento do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) mostra que, entre 2008 e 2022, o número de internações por infarto aumentou no Brasil. Entre os homens, a média mensal passou de 5.282 para 13.645, alta de 158%. Entre as mulheres, a média foi de 1.930 para 4.973, aumento de 157%.

Ainda no Pará, somente de janeiro a maio deste ano, foram 1.207 internações registradas até o momento. Em 2021, foi computado um total de 2.675 internações. Já em 2020, os dados apontam para 2.177 internações. E, em 2019, o número de casos foi de 2.038, ainda segundo os dados divulgados pela Sespa.

O cardiologista Antonio Monteiro explica que o infarto é uma emergência médica caracterizada pela morte das células do coração devido à falta de oxigênio e suplementos. Em grande parte dos casos, está relacionado com a obstrução das artérias que levam o sangue até as células. “A principal causa [do infarto] é uma obstrução por acúmulo de placas de gordura das artérias do coração, chamada de coronárias, após um processo inflamatório sobre essas placas, acumula trombos na área e impede a passagem de sangue”, explica.

“Esse processo chamado de aterosclerose é gradativo, e, se não houver cuidado adequado pode impedir a passagem do sangue até as células do coração, levando ao sofrimento e até a morte das mesmas. O principal sintoma do infarto é uma dor torácica em região precordial sobre o coração, geralmente em aperto, que pode irradiar para o braço ou mandíbula. Porém existem diversos outros sinais, como suor frio, pressão baixa, náuseas, falta de ar e outras formas de dor que não são típicas”, pontua Antonio.

Prevenção

Hábitos saudáveis e cuidados frequentes com a saúde estão entre as principais formas de prevenção da doença, recomenda o médico: “A principal forma de prevenir um infarto é cessando os fatores de risco, como tabagismo, dieta inadequada, alterações no colesterol, pressão alta descontrolada e o controle de diabetes. Os cuidados são sempre visando um hábito de vida saudável, abandonando o sedentarismo, com atividade física regular, dieta saudável e, sobretudo, consultas médicas regulares para avaliação do estado de saúde, no mínimo, anualmente”.

O médico alerta, ainda, que pacientes com doenças preexistentes correm maior risco de ter infarto. É o caso de indivíduos com diabetes e hipertensos. “Outras doenças bastante relacionadas com infarto são a obesidade, colesterol alterado (dislipidemia) e o tabagismo, que devemos encarar como uma doença”, complementa. Dados do INC indicam que os casos são mais frequentes durante o inverno, evidenciando, assim, que o frio pode aumentar os casos da doença. Em 2022, o número de infartos nessa estação foi 27,8% maior em mulheres e 27,4% maior em homens na comparação com o verão.

Tratamento

O tratamento após desenvolver o infarto pode ser feito com medicamentos, procedimentos clínicos ou até mesmo intervenções cirúrgicas — em alguns casos, ressalta Antonio. “O paciente com infarto deve ser submetido a um cateterismo cardíaco, um exame que é possível visualizar as artérias que estão obstruídas e determinar o tratamento, que pode ser durante o próprio exame, com as angioplastias, que é a colocação de ‘stents’, objetos que funcionam como pequenas molas que afastam e desobstruem o vaso, facilitado a passagem do sangue”, relata.

“Em algumas situações, dependendo da gravidade, é necessário a realização de uma cirurgia cardíaca, chamada de revascularização do miocárdio ou popularmente chamadas de pontes. Em caso com impossibilidade dos tratamentos, pode ser realizado o tratamento clínico, com uso de medicamentos para evitar a progressão da doença”, complementa Antonio.

O especialista frisa que os principais fatores para esse aumento de casos, segundo o estudo do INC, são o envelhecimento da população e o aumento da prevalência da obesidade. “Vale lembrar que a obesidade gera um processo inflamatório, aumento de gordura no sangue e favorece o descontrole da pressão arterial e diabetes. Outro ponto que devemos levar em conta foram os anos de pandemia que fizeram com que a população evitasse procurar atendimentos de check-up e, também, manter hábitos de vida saudáveis, como praticar atividade física regularmente”, finaliza.

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