Histórias assustadoras: grupo é surpreendido por Matinta Perera na ilha de Mosqueiro
Um grupo de jovens, em 1996, foi atacado pela Matinta a caminho do Parafolia
A série "Histórias Assustadoras" encerra, neste 31 de outubro, dia Halloween, com um clássico das lendas da Amazônia, a Matinta Perera. E Elisângela Costa, 49, conta sua experiência real com esse ser da floresta e do imaginário dos povos da Amazônia. Tudo ocorreu em 1996, na ilha de Mosqueiro, na ida ao carnaval fora de época, Parafolia.
Elisângela recorda dos detalhes desse dia marcante de sua vida. Sua família alugou uma casa na ilha de Mosqueiro para passar o verão. Eram três casas, uma ao lado da outra. Ela lembra que junto com amigos e familiares passou o dia na praia e ao retornar para casa já se arrumaram para curtir o Parafolia.
Ela e os amigos, estavam no carro do vizinho, pois todos compraram o abadá do mesmo bloco. "Nós saímos de casa já atrasados e no percurso, o rapaz que estava dirigindo o carro pegou um caminho, que era parecido com um bosque, que dava acesso a 16, uma das principais avenidas de Mosqueiro", explicou Elisângela.
Nesse trajeto, o carro parou em meio ao breu. "Estava muito escuro. O carro parou e ficamos desesperados quando, de repente, apareceu um pássaro negro grande e fez aquele assobio. Gritamos, gritamos, a asa dela bateu e até quebrou o vidro do carro, mas depois ela voou e o carro voltou a pegar", contínua Elisângela.
VEJA MAIS
A turma foi para o bloco e quando retornou para casa, a mãe de Elisângela estava acordada, assustada e informando que a Matinta Perera estava rondando a residência. "Quando pisamos em casa, a mamãe foi logo dizendo que assim que saímos a Matinta começou a sobrevoar em torno da casa, assobiando e assustando todos que estavam por lá", disse.
Mas em meio a tensão da mãe de Elisângela, todos que já estavam na casa começaram a escutar uma movimentação que vinha da direção do telhado e também ao redor da casa. "Era um barulho terrível, parecia que estavam destelhando toda a casa, até que a minha mãe lembrou que se oferecesse tabaco ela iria embora. E foi isso que ela fez", detalha.
Após o oferecimento do tabaco, o silêncio voltou e a família de Elisângela ficou mais tranquila e conseguiu dormir. No dia seguinte, pela manhã, uma idosa bateu na residência e pediu o cigarro, as pessoas que estavam na casa ficaram impactadas, mas deram o cigarro e Elisângela resolveu seguir os passos da idosa.
"Eu fiquei com medo, mas, ao mesmo tempo, muito curiosa. Eu resolvi seguir o caminho dela e vi que ela entrou na casa do amigo do meu irmão. Quando cheguei lá, já vi ela sentada em uma cadeira de rodas. Comecei a falar com o amigo do meu irmão e perguntei quem era a idosa e entre outras perguntas, ele disse que era a avó dele e que não andava. Aí eu disse que ela tinha acabado de sair de casa e pediu cigarro para minha mãe, foi quando ele disse que não estava gostando dessa conversa", recorda Elisângela.
Essa não foi a única experiência sobrenatural que Elisângela e sua família já vivenciou. Ela conta que seus familiares pertencem a uma família de pajé, no município Santa Bárbara. E lá já vivenciaram outras experiências. “Quase a minha família toda tem um grau de mediunidade e isso facilita que vivenciamos esse tipo de experiência. A casa onde moro tem 400 anos e lá já tive a experiência de escutar e ver muita coisa, mas nós já sabemos lidar com isso”, completa.
A lenda
Matinta Perera é a personagem de uma das lendas mais importantes da região Norte do Brasil, sendo considerada uma lenda da Floresta Amazônica. Na lenda, uma mulher que tem a capacidade de se transformar em ave incomoda o sono das pessoas para que elas entreguem para Matinta algum presente, como café, tabaco ou outro qualquer. Em algumas versões da lenda existe apenas uma Matinta Perera, em outras existem diversas. Geralmente ela está associada ao pássaro conhecido como martim-pererê (Tapera naevia) e à coruja conhecida como rasga-mortalha (Tyto furcata)."
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA