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DJ se reinventa, cria o 'Carretuber' e sobrevive de entregas em Belém

Um dos entregadores de mercadorias mais famosos da Pedreira conta como deu a volta por cima após ter poliomielite na infância e cobra mais respeito aos ciclistas

Victor Furtado
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Mercy Rodrigues, de 39 anos, é conhecido no bairro da Pedreira, em Belém, pelo trabalho que desempenha: ele conduz a "Carretuber". É uma carretinha, adaptada a partir de uma bicicleta elétrica, que ele usa para fazer entregas de compras. Mas ele não é só entregador. Também é DJ e um defensor de um trânsito mais seguro para ciclistas. Um homem alto astral, cheio de histórias e que decidiu que a deficiência dele não seria romantizada. Mas nem por isso, seria obstáculo para viver.

O DJ e "Carretuber" nasceu e viveu sempre em Belém. Aos 8 meses de nascido, contraiu poliomielite. Se locomover já não seria mais algo tão simples, já que nem teve tempo de aprender a andar. A vida o levou a caminhos diversos. Mas a ideia das entregas só começou há uns três anos atrás. Na época, ele tinha uma bicicleta manual. Além das entregas de compras, o trabalho de DJ, tocando dance e midback — ele afirma tocar tudo o que pedirem —, rendeu o suficiente para ele comprar uma bicicleta elétrica.

"As festas pararam por causa da pandemia, então continuei fazendo as entregas e hoje, praticamente, vivo disso. Num dia bom faço 30 entregas, trabalhando das 8h às 12h e das 14h  às 21h. Comecei pela necessidade e continuo trabalhando. Já sou até bem conhecido, tô aí nas redes sociais... é só seguir no @djmercygt. Ou me ligar para fazer uma entrega", diz Mercy, numa vibe bem positiva.

image O 'Carretuber' em ação nas ruas do bairro da Pedreira (Heloá Canali / O Liberal.com)

No trânsito, Mercy diz que falta respeito. Já quase sofreu acidentes graves e já foi atingido por um carro uma vez, mas sem muita gravidade. Sempre que possível, está em ciclovias e ciclofaixas, para ter mais segurança. "Infelizmente, ainda são poucos esses espaços para ciclistas e precisamos de mais. Todos os ciclistas precisam de respeito e segurança. Agora que estão fazendo uma na Pedro Miranda", comenta.

Se motoristas de aplicativos, de onde Mercy tirou a inspiração para fazer a "Carretuber", já têm muitas histórias, ele tem várias. "Já levei de material de construção a dois pitbulls. É, dois pitbulls. Eu não estava muito afim de levar não, mas como meteram focinheira e amarraram eles, levei. Na onda, cabreiro, mas levei. E uma das histórias mais absurdas foi uma viagem muito longe, da Pedreira até o Panorama XXI. Parecia que não ia chegar nunca. Cobrei R$ 20 e a mulher lá ainda chorou e reclamou que estava caro. Me irritei e perguntei por que ela não tinha logo pagado um carro de aplicativo? Tu é doido, é? Oras... a volta que foi ralada... que acabou a bateria da bike...", conta.

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