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Dieta: cortar glúten não emagrece, diz nutricionista

Glúten é proteína que tem funções benéficas ao trato digestivo e apenas pessoas com doença celíaca ou intolerância devem fazer restrições

João Thiago Dias
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O corte de glúten do cardápio é um assunto que tem circulado de forma frequente e feito bastante sucesso, já há algum tempo, nas redes sociais, especialmente entre influenciadores digitais que buscam perder peso. Nesta segunda (07), por exemplo, o tema fez uma reportagem do portal OLiberal.com entrar no ranking das mais acessadas do dia. A matéria apresentou a receita de um pão de fôrma sem glúten, novidade ensinada no programa "Mais Você", da TV Globo.

Diante dessa busca pelo emagrecimento, alimentos como pão, pizza, macarrão, biscoito, bolo, croissant e outros, que geralmente contêm glúten, acabam sendo vilanizados e banidos radicalmente do cardápio. Um caso recente envolve a influenciadora e coach de emagrecimento Maíra Cardi, que viralizou em um vídeo onde aparece reclamando porque o marido, o ator Arthur Aguiar, comeu pão dentro da casa do reality Big Brother Brasil 22, onde ele está confinado.

Mas quando o corte dessa proteína é realmente eficaz e necessário? De acordo com a nutricionista clínica Viviane Ledo, de Belém, cortar o glúten não emagrece. Somente quem deve retirá-lo da dieta é quem possui doença celíaca ou sensibilidade à proteína. "São dietas da moda que, muitas vezes, podem causar efeitos prejudiciais à saúde. Devemos lembrar que cada organismo é único e reage de uma forma. Portanto, não devemos copiar a dieta de ninguém", orientou.

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Ela explicou que o glúten é uma proteína que auxilia o intestino na proliferação de boas bactérias. Para a indústria alimentícia, tem capacidade de dar elasticidade ao produto. "Procure primeiramente um médico para saber se possui algum tipo de problema, depois procure um nutricionista para auxiliar no tratamento com uma dieta específica para o diagnóstico dado", reforçou Viviane Ledo a especialista.

image André Bispo era uma pessoa que realmente precisava se abster de glúten por uma questão de saúde identificada clinicamente. Após tratamento, já consegue consumir pão e outros alimentos com alguma moderação. (Filipe Bispo / O Liberal)

Doença celíaca

A doença celíaca, condição para o corte necessário do glúten, é autoimune e não tem cura. É causada por alterações na parede do intestino, resultando em má absorção da proteína, que é encontrada no trigo, centeio e cevada. Muitas vezes, também na aveia. Segundo Viviane Ledo, o diagnóstico é feito pelo médico após realização de exames específicos. Dentre os sintomas: diarréia, inchaço, dor abdominal, falta de apetite, anemia, perda de peso, desnutrição devido a má absorção de nutrientes.

O tratamento é feito basicamente com uma dieta com retirada de alimentos que tenham glúten (massa, pães, biscoitos, pizza, cerveja, alguns doces e outros). A dieta deve ser seguida rigorosamente para o resto da vida. "Quem tem a doença deve cortar totalmente o glúten. É uma doença genética e autoimune onde o próprio corpo destrói as células de defesa, criando uma reação imunológica. Já a sensibilidade ao glúten ou intolerância não tem fator genético. Pode ser temporária e os sintomas são parecidos com a doença, porém, por meio de exames, é possível diagnosticar a diferença", pontuou a nutricionista.

Intolerância ao glúten

Mesmo sem doença celíaca em casa, dona Firmina do Rosário (58), de Belém, precisou cortar o pão e outros alimentos com glúten do cardápio do filho, André Bispo (16), que foi diagnosticado com intolerância ao glúten quando tinha 15 anos. A descoberta não foi fácil. "Não sabíamos o que ele tinha. Toda hora sofria com muita dores e cólicas. Pensávamos que fosse algum tipo de verminose. Procuramos um gastroenterologista e descobrimos por meio de exame de sangue", recordou.

Para garantir a saúde do filho, foi necessário reforçar a alimentação natural. "Cortamos todo tipo de condimento industrializado. Só podia comer alimento natural. Nada de biscoito nem leite ou qualquer alimento com glúten. Imediatamente, ele foi melhorando. Com ajuda de medicação também, acabou melhorando totalmente. Hoje, aos 16 anos, ele não sente mais nada e pode comer coisas com glúten sem problema. Mas quem nunca passou por isso pode ter dificuldade de identificar o problema", avaliou Firmina.

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Belém
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