CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Dia Mundial do Cachorro: família relata adoção de cão que foi jogado em canal de Belém

Batizado com o nome de "Canal", o animal virou o xodó de uma família de veterinários da capital paraense

Amanda Martins

Ser abandonado pelo que você conhece como algo mais próximo de uma “família” é considerado traumático o suficiente, inclusive, para um cachorro indefeso. Imaginar essa cena é de partir o coração, mas ocorreu com o cãozinho vira-lata, chamado "Canal”, que foi arremessado para dentro do canal da travessa José Leal Martins, no bairro do Marco, em Belém.

VEJA MAIS

image Cachorro caramelo viraliza ao ‘roubar’ lugar de modelo em aula de fotografia; vídeo
O pet ficou muito à vontade com a turma de alunos do curso e fotografia e fez pose aos estudantes, aparecendo bastante fotogênico nos cliques

image Em Belém, cachorro caramelo encanta ao 'cuidar' de tutor cadeirante no bairro da Pedreira
Ronaldo e o cachorro caramelo Arisco estão fazendo sucesso no bairro da Pedreira ao dar exemplo de companheirismo entre pet e dono

image Cachorro viraliza ao se tornar ‘funcionário’ de agência bancária paraense e ganhar crachá da empresa
A publicação já conta com mais de 290 curtidas nas redes sociais

Foi a família de médicos veterinários paraenses composta por Djacy Ribeiro, Ana Silvia e Felipe, que deram um novo lar ao animal e conseguiram dar à essa história um final feliz não somente nesta sexta-feira (26), onde comemora-se o Dia Mundial do Cachorro, mas em todos os dias dos últimos nove  anos. 

image O vira-lata Canal  (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

O vizinho da família, o eletricista Antônio Gomes, foi quem viu o cachorro ser jogado no canal por um grupo de jovens alcoolizados. Com pena do animal, ele decidiu resgatá-lo e prestar assistência, como dar banho, comida e água. Por ser amável, Canal tornou-se do “xodó” Passagem Simeão.  

Mas um terrível acidente quase mudou o destino do cãozinho. Antônia conta que Canal estava deitado sob um meio fio, quando um cachorro passou pela via pública, atropelou o cachorro - que estava deitado- e não parou para prestar assistência.

Para tentar salvar a vida do animal, os veterinários Djacy e Ana Silvia realizaram uma mobilização e conseguiram paliativamente amenizar o que o bichinho sentia,  mas o cão precisou ficar por 30 dias internado, após fraturar uma das patas,  no hospital veterinário da Universidade Rural do Pará (UFRA) - onde o casal atua como professores. 

Foi ali, nas visitas diárias para saber se Canal estava evoluindo bem, que Djacy viu nascer seu amor pelo cachorro. Tudo correu bem e o cão recuperou-se, voltando a ganhar muito carinho da vizinhança. No entanto, ainda não tinha um verdadeiro tutor. 

image Antônio Gomes (de azul), Djacy Ribeiro ( de verdade) e Felipe Ribeiro (de preto)  (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

“Eu vi o canal na rua muito sujo e como eu estava sem a minha cadela - que havia morrido - decidi trazê-lo aqui para casa, dei um banho nele, coloquei para secar, dei comida e ele não quis embora, ficou aqui pela porta de casa mesmo. Precisei viajar e quando liguei para casa perguntando como estavam as coisas, minha empregada disse que o cachorro passava o dia inteiro na porta [de casa] pegando sol, afogando, mas não se afastava”, contou o médico veterinário que já nutria afeto pelo animal. 

“Pedi que ela deixasse ele ficar dentro da garagem e continuasse colocando comida e água para ele. Quando cheguei de viagem, coloquei o cachorro para dentro, abri a porta, ele estava lá me esperando. Ele nos escolheu e hoje recebe todo o carinho do mundo, a casa é toda dele”, disse Djacy brincando. A atenção do tutor ainda é dividida com os cachorros Bono e Nina. 

Carinhos e atenções

Não é preciso dizer que após tantos momentos ruins, hoje, o Canal vive uma vida recheada de afeto com a sua nova família. O estudante de medicina veterinária, Felipe Ribeiro, é o "irmão mais velho”. Isso porque,  ele é responsável por cuidar da alimentação do cachorro, dar banho e garantir que ele se divirta - recuperando todo o tempo perdido. 

“Sou muito próximo a todos [os cachorros]. Cuidando dele, eu percebo que ele sempre quis uma família e escolheu a gente. Ele tinha um comportamento agressivo antes, por conta dos traumas que sofreu, mas já passou. Ele é muito dócil e mesmo velhinho não deixa de ser a criança da nossa família”, afirmou Felipe.  

Adoção consciente 

O Dia Mundial do Cão também serve para conscientizar as pessoas para a importância e defesa dos direitos dos cães e animais em geral. Infelizmente, no Pará, ainda existem muitos cachorros vítimas de maus-tratos.  O médico veterinário, Djacy Ribeiro, pede maior responsabilidades dos tutores para uma adoção consciente.

“Na pandemia, muitas pessoas ficaram em casa e a maioria decidiu levar um pet para dentro do seu lar. Só que um cão filhote é pequenino, as fezes não fedem, é aquela coisa toda, a partir do momento que cresce, exige cuidados com veterinário, banho e chega em um ponto que as pessoas perguntam, eu necessito mesmo disso?.  O animal não pode virar um objeto. Se tu não podes pegar teu filho, teu irmão e a tua mulher e dizer ‘vai te embora’. Por que abandonar um animal na rua?”,  perguntou o Djacy trazendo reflexão para a sociedade. 

 

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM