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Dia Internacional da Doação de Livros: projeto arrecada obras incentivando a leitura em Belém

A celebração da data nasceu no Reino Unido, em 2012, com o objetivo de estimular o acesso aos livros, além de incentivar o hábito da leitura

Gabriel Pires
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O Dia Internacional da Doação de Livros é comemorado nesta quarta-feira (14). Também conhecida como “International Book Giving Day”, a celebração da data nasceu no Reino Unido, em 2012, com o objetivo de estimular o acesso aos livros, além de incentivar o hábito da leitura entre a população. O dia também é lembrado como uma forma de conscientizar a sociedade a doar, promovendo a cooperação. Em Belém, iniciativas locais reforçam esse interesse pelos livros, como é o caso da Rede Estadual de Gelotecas Comunitárias Pará Que Lê, com as "gelotecas".

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O projeto das “gelotecas”, que começou a ser idealizado em 2019, transforma geladeiras antigas — e sem uso — em verdadeiras bibliotecas públicas. Para ser transformado nessa grande estante literária, os eletrodomésticos inutilizados passam por um processo de pintura e restauro para que os livros sejam organizados dentro do objeto. Mas, para que tudo isso seja possível, a doação de livros é essencial e é o que leva a causa adiante, como lembra o idealizador do projeto Douglas Nunes.

“Para a gente, cada livro arrecadado e cada livro doado de coração é muito importante, porque nós sempre estamos à procura de novos livros para compor as nossas ‘gelotecas’. É sempre uma grande delícia pegar um livro que já foi lido por diversas pessoas. E esse livro vai passando de mão em mão, sempre contando histórias. Arrecadar esses livros é uma coisa muito grandiosa: perceber a fisionomia de quem pega os livros, qual o interesse dessas pessoas. Seja criança, jovem, adulto ou idoso”, afirma Douglas.

Atualmente, já são diversas “gelotecas” espalhadas em todo o Pará. Mais de mil pessoas — entre crianças, jovens, adultos e idosos — têm acesso aos pontos de leitura no interior do Pará e, também, na capital — um deles no bairro do Tenoné, entre outros em Belém. Douglas reforça, ainda, que a iniciativa também está disponível em algumas escolas da rede pública. De acordo com ele, isso é possível graças à união e à solidariedade de todas as pessoas que se empenham em doar, levando adiante a missão de despertar o interesse pelo mundo da leitura.

“A doação de livros é uma questão muito importante. Quanto mais livros, mais pessoas nós temos para emprestar essas obras. É uma coisa muito boa. Queremos sempre mais. O impacto nas comunidades e nos moradores ao redor [das ‘gelotecas’] é grande. Eu costumo dizer que nós não promovemos só a leitura literária, mas também a leitura de mundo, como diria Paulo Freire. A leitura de mundo é a conexão do ser humano com o ambiente onde ele está inserido”, relata Douglas.

image As "gelotecas" são instrumentos de democratização da leituras (Arquivo pessoal)

Iniciativa

A iniciativa da “geloteca” surgiu quando Douglas estava realizando uma atividade de leitura com crianças, no bairro do Tenoné, na residência de um casal de amigos que trabalhavam com reciclagem. “Eu fui fazer uma atividade de leitura com as crianças. Lá tinha geladeira, fogão e vários armários. Então, eu observei as geladeiras e pensei nesse projeto das ‘gelotecas’. Após a atividade com as crianças, a gente sentou numa roda para fazer uma avaliação sobre a atividade”, relembra.

“Ninguém sabia o que era uma ‘geloteca’. Então, eu expliquei que era um projeto de promoção de leitura e direitos humanos, por meio das geladeiras. Com isso, a gente podia customizar [a geladeira], pintar, deixá-la bem atrativa para as crianças, colocar livros dentro e inaugurar um ponto de leitura. E, por conta da covid-19, nós inauguramos a primeira ‘geloteca’, com todos os cuidados, no dia 15 de agosto de 2020, intitulada Geloteca Jovem Miguel”, destaca Douglas.

“Hoje, nós estamos com 28 ‘gelotecas’ inauguradas, atuando em 7 municípios do Estado. Continuamos porque nosso projeto é sustentado por meio de doações. Todas as atividades, ações para o projeto são feitas a partir de uma coleta. Seja alguém que doou uma geladeira, alguém que doa material de pintura, alguém que doa livros ou doa recursos para transportar a geladeira. Nós temos uma grande rede de pessoas que são apoiadoras. Cada um ajuda na ‘geloteca’ específica. Atuamos por meio do voluntariado”, completa.

Douglas lembra que não é possível mensurar quantos livros já foram doados ao projeto desde a fundação do projeto, mas pontua que a iniciativa já avançou bastante. Ele frisa a importância disso tudo: “O índice de leitura no nosso país é muito baixo. E nós estamos trabalhando, junto com outras iniciativas, para mudar essa realidade. Eu acho muito errado quando as pessoas apontam que os jovens e as crianças de hoje não gostam de ler. Na verdade, isso não está totalmente correto, porque o que acontece é que não está sendo trabalhado o acesso ao livro”, enfatiza Douglas.

Como doar para o projeto?

Contato por meio das redes sociais: @rededegelotecaspa no Instagram

Presencialmente: Geloteca A Magia da Leitura - Parque dos Pinheiros, rua 15 de Agosto, n° 61, sede do Centro Comunitário Parque dos Pinheiros - Tenoné

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