Dia do Urologista: veja quais são os cuidados essenciais para a saúde do homem
Profissionais de Belém explicam que um acompanhamento médico regular, além de exames periódicos, são medidas essenciais para evitar complicações

Comemorado nesta sexta-feira (12), o Dia do Urologista acende um alerta para a importância do cuidado com a saúde masculina e necessidade de quebrar tabus e desmistificar preconceitos que afastam muitos homens das consultas médicas. Profissionais de Belém explicam que um acompanhamento médico regular, além de exames periódicos, são medidas essenciais para evitar complicações.
De acordo com o urologista Renan Gavião, a urologia é a especialidade médica que diagnostica e trata patologias do aparelho urinário de homens e mulheres, além de cuidar do sistema reprodutor masculino. Ele explica que esse profissional atua em doenças e condições que afetam órgãos como rins, bexiga, uretra, próstata, testículos e pênis, tanto clinicamente quanto cirurgicamente. As consultas de rotina são recomendadas, mas exames podem ser aliados para identificar qualquer anormalidade.
“Os exames complementares são solicitados à medida em que o profissional identifica necessidade em prosseguir com a investigação de determinadas patologias. Mas, em alguns casos, como as patologias prostáticas, em específico hiperplasia prostática benigna (HPB) ou câncer de próstata, é recomendado que, em pessoas da raça negra ou com histórico familiar de câncer de próstata, o rastreio se inicie aos 45 anos de idade e aos demais homens acima de 50 anos”, comenta o médico.
Fases da vida
Também urologista, Charles Villacorta reforça que o especialista cuida de todas as fases da vida do indivíduo. “Desde crianças na uropediatria, para aquelas crianças que nascem com doenças congênitas do trato urinário, até os pacientes mais velhos que têm as doenças associadas com a idade, como, por exemplo, os cânceres, tumores, aumentos benignos da próstata e assim por diante”, enfatiza. Esses cuidados não se limitam apenas ao Novembro Azul, campanha dedicada à saúde do homem.
“Em se tratando de acompanhamento urológico, a gente está direcionado mais, realmente, para o trato urinário e a parte genital masculina. Entretanto, o homem é um todo. Então, se o homem vai fazer check-up, exames de rotina, ele pode, sim, ser avaliado também do ponto de vista metabólico, cardiológico e outros demais sistemas do nosso organismo. Isso porque o urologista pode ser um médico que cuida da saúde do homem de maneira integral, associando tanto a parte específica, que é a parte genital, quanto a parte geral”, pontua.
Sinais de alerta
Renan Gavião alerta para os sinais de alerta urológicos, que incluem alterações na micção, como dor, ardência, sangramento, urgência, frequência aumentada, jato fraco, gotejamento ou dificuldade em começar e terminar de urinar. Além disso, os pacientes também devem atentar-se à dor (na região lombar, flanco, pélvica ou no pênis), alterações na urina (cor, cheiro forte), febre e calafrios, feridas que não cicatrizam na região genital ou à dificuldade ou incapacidade de urinar (retenção urinária aguda).
“A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) recomenda o início do acompanhamento urológico individualizado para rastreamento do câncer de próstata a partir dos 50 anos para homens da população geral. E, aos 45 anos, para aqueles com fatores de risco. Culturalmente, o homem possui dificuldade em procurar o atendimento médico. O urologista não é um profissional exclusivo do homem, mas trata do sistema genitourinário, o que pode trazer receio e vergonha durante a procura da especialidade”, comenta Gavião.
Villacorta também lembra da importância de um acompanhamento médico em outras fases da vida: “De uma maneira geral, a gente tem outros aspectos que podem ser avaliados por cada faixa etária. Por exemplo, pacientes adolescentes precisam ser avaliados do ponto de vista da sua genitália para ver se eles não estão tendo algum tipo de alteração no desenvolvimento. Além disso, é importante orientar quanto às questões sexuais para que esse adolescente e adulto jovem não se coloquem em situações de risco para doenças sexualmente transmissíveis”.
Conscientização
Segundo Renan Gavião, com o acesso à informação e campanhas digitais e físicas, a procura do público masculino pelas consultas vem aumentando massivamente ano a ano. “A desmistificação vem ocorrendo diariamente com o acesso à informação. Com a informação, poderemos demonstrar a importância da prevenção em saúde e tratamento precoce das patologias urológicas. Todo tratamento se inicia após uma boa consulta médica e, consequentemente, um diagnóstico assertivo e precoce, que só será possível após o acesso ao profissional”, pontua.
Charles Villacorta ainda lembra que o paciente que frequenta o urologista estabelece um vínculo de amizade, confiança e segurança. Isso é fundamental para que, caso ele precise de um tratamento mais sério ou cirurgia, possa confiar plenamente no médico que cuida de sua saúde. “É um tanto esperado que realmente haja um tabu para ir na consulta do urologista, hoje muito mais não por questões de masculinidade, mas sim porque muitas vezes o paciente vai precisar ser examinado na sua parte mais íntima”, pontua.
Atuação
Para além do câncer de próstata, o urologista acompanha e trata diversas outras condições comuns, como infecções urinárias (cistite e pielonefrite), pedras nos rins (cálculos renais que podem causar dor intensa e problemas urinários), incontinência urinária (perda de controle sobre a micção, muitas vezes relacionada a questões neurológicas ou musculares) e disfunção erétil (dificuldade em manter ou obter uma ereção, de origem física ou psicológica).
O especialista também lida com hiperplasia prostática benigna (aumento não maligno da próstata que provoca sintomas urinários), câncer de bexiga e câncer de rim (tumores malignos que exigem tratamento especializado), infecções sexualmente transmissíveis (como clamídia, gonorreia e sífilis, que atingem o sistema urinário e reprodutivo) e infertilidade masculina, que pode estar associada a alterações na qualidade do sêmen ou a outros fatores.
Em casos mais graves, como o câncer, Renan alerta: “A detecção precoce do câncer de próstata é fundamental, pois aumenta as chances de cura para mais de 90% dos casos. Isso evita que a doença progrida para estágios avançados, muitas vezes incuráveis. Como o câncer de próstata frequentemente não apresenta sintomas nas fases iniciais, os exames regulares são essenciais para identificar a doença precocemente, permitindo um tratamento mais eficaz e menos agressivo”, observa.
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