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Árvore do Círio: uma releitura criativa em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré

Yeda Chaves transforma a própria casa em um altar criativo de devoção a Nossa Senhora de Nazaré, misturando fé, cultura e memória afetiva

Bruna Lima

Durante o mês de outubro, quando Belém se enche de fé, cores e emoção por causa do Círio de Nazaré, muitos paraenses também transformam seus lares em verdadeiros espaços de devoção. Uma dessas pessoas é a artesã e designer de moda Yeda Chaves, que neste ano decidiu inovar e criar sua primeira “Árvore do Círio”,  uma releitura criativa da tradicional árvore de Natal, mas com símbolos e elementos que celebram a maior manifestação religiosa do Pará.

A ideia surgiu a partir de uma antiga tradição familiar, a de montar, todos os anos, uma procissão em miniatura dentro de casa, representando cada detalhe da grande procissão de fé que toma conta das ruas de Belém. “Começou com um bonequinho, depois dois e todo ano eu colocava mais um. Aí fui sentindo vontade de aumentar essa procissão, de cuidar da casa com mais afeto, com coisas artesanais que carregam minha personalidade”, conta Yeda.

A inspiração para montar a árvore veio da vontade de unir o sagrado com o cotidiano, antecipando o clima natalino, mas com o coração voltado para Maria. “Já que o Círio é o nosso primeiro Natal, e nós somos privilegiados por termos dois Natais aqui, resolvi montar a árvore com elementos da nossa cultura, fitas, miniaturas, enfeites artesanais.Tudo feito com muito amor”, revela.

image Todos os anos, Yeda adquire novas miniaturas com um artesão que acompanha seu projeto (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

Para ela, mais do que uma decoração, a árvore representa uma forma de expressar sua devoção por Nossa Senhora de Nazaré, que a acompanha desde a infância. “Minha fé em Maria é de berço. Tudo eu peço para ela, tudo mesmo. E quando chega outubro, parece que o coração aperta mais. A emoção vem, a fé se renova”, diz, emocionada.

Além da árvore, Yeda mantém a tradição da procissão em casa há cinco anos, reproduzindo fielmente os personagens e detalhes da grande romaria. “Eu observo quem vem na frente, quem está no meio, como a Cruz Vermelha, e quem fica lá atrás, como os vendedores de picolé. Tento representar tudo, com uma certa fidelidade. É como se fosse a minha transladação iluminada”, brinca.

image Decoração do Círio na casa da artesã Yeda Chaves (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

Todos os anos, ela adquire novas miniaturas com um artesão que acompanha seu projeto de perto e já até recebe pedidos especiais. “Falo pra ele, tá faltando as blogueiras com celular, viu? Precisa colocar quem está só filmando tudo, senão não tá completo”, comenta com bom humor.

A árvore e a procissão de Yeda não apenas enfeitam sua casa, mas também despertam admiração e encantamento em quem visita. Para ela, é uma forma de preservar e divulgar a cultura paraense, além de reforçar os laços com a fé e a memória afetiva. “As pessoas se emocionam. E eu sinto que estou levando adiante essa tradição, com carinho, com arte, com fé. É o meu modo de viver o Círio”, destaca a designer.

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Círio de Nazaré
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