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Caso mexe com religiões afro-brasileiras

Investidas em terreiros afro-brasileiros gera protestos

Eduardo Rocha

As buscas por Lázaro Barbosa trouxeram à tona o debate sobre a tolerância religiosa, de vez que, como noticiado na Imprensa, em 19 de junho sacerdotes de religiões afro-brasileiras denunciaram que policiais chegaram a invadir terreiros situados na região de Goiás onde estava escondido o foragido. Na análise de Mametu Nangetu, coordenadora do Instituto Nangetu, em Belém, "o Estado invadiu terreiros dizendo que ele era satânico; não temos nada com isso".

Nome referencial do candomblé, Mametu Nangetu enfatiza que ao saber que estavam vinculando Lázaro Barbosa com religiões afro-brasleiras, ela ligou para Mãe Baiana, no Distrito Federal. "Era tudo mentira para incriminar a gente", acrescenta Mametu.

Os sacerdotes enfatizaram na nota o "repúdio aos violentos ataques racistas praticados contra as casas de matrizes africanas". Eles se queixaram da tentativa de associar as casas religiosas a Lázaro. Em contrapartida, a Secretaria de Segurança de Goiás repassou que atuava com a finalidade de "garantir a paz à população da região e capturar Lázaro Barbosa, nos limites da legalidade".

Chegou a ser noticiado na imprensa que na apuração dos crimes no Incra 9 a Polícia apontou uma possível relação entre Lázaro e sacrifícios e trabalhos espirituais. No entanto, a própria Polícia comunicou que não poderia creditar os crimes aos rituais. Umn policial chegou a declarar que o fugitivo teria sido batizado por um pai de santo e que Lázaro estaria envolvido em satanismo, daí que o assassinato de uma família no Incra 9 seria uma oferenda. Mas, também foi colocada por investigadores na época a tese de que o acusado matou as vítimas do Incra 9 por terem reagido.

Mametu Nangetu observa que as casas de religiões afro-brasileiras sofrem discriminação, e que ess processo somente é verificado, em gera, contra essas instituições.

Voz

No site "A Voz do Axé", de Goiás, foi postado nesta segunda-feira (28), como repassou Mametu Nangetu, texto enfatizando os problemas vivenciados pelas integrantes de religiões afro-brasileiras durante o cerco policial a Lázaro Barbosa.

"A pessoa que por 20 dias tirou o sossego da cidade de Cocalzinho de Goiás e seu entorno, foi morta pela polícia local. Lázaro Barbosa não só aterrorizou o estado de Goiás, a ele foi imputado ser religioso de Matriz Africana, que estava associado à práticas demoníacas e isso motivou a polícia local a invadir Terreiros de Candomblé de forma desrespeitosa, agressiva, tirando fotos do Sagrado(absurdo), fato que colocou o nosso povo refém de tais agressões… associaram líderes religiosos de Matriz Africana ao Lázaro, inclusive dizendo que estavam escondendo ele!

Por conta de tanta atrocidade, foi preciso nos mobilizar e recorrer à justiça para assegurar o que já devia estar assegurado…e que está assegurado na Constituição Federal: a liberdade de culto religioso", é destacado na postagem.

"O Estado é laico e todo espaço religioso deve ser respeitado!

Por que não invadiram os espaços religiosos católicos e evangélicos?", é questionado no site. "Agora, Lázaro Barbosa está morto! Quem vai pedir desculpas ao Povo de Candomblé de Goiás pelos danos causados nesses 20 dias?", pergunta Ìyá Márcia d’Ọ̀gún, de Ìlẹ̀ Àṣẹ Ẹwà Ọ̀lódùmarè.

 

 

 

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