Calor exige cuidados especiais com o corpo; desidratação é o principal risco à saúde; vídeo

Aumento da temperatura deixa o funcionamento do organismo mais lento e, por outro lado, aumenta a perda hídrica, alerta nutricionista

Camila Guimarães e Dilson Pimentel

A saúde do corpo exige uma série de cuidados especiais com a chegada de um clima mais quente. A pele e o metabolismo são dois fatores diretamente afetados pelo aumento da temperatura e maior exposição ao sol. Em ambos os casos, a desidratação é o principal risco à saúde.

No caso do metabolismo, a nutricionista Rita Figueiredo, coordenadora de referência técnica nutricional da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), explica que o calor deixa o funcionamento do organismo mais lento e, por outro lado, aumenta a perda hídrica.

“Nossas glândulas são capazes de produzir 10 L de suor por dia, mas não quer dizer que todo esse líquido será liberado. Geralmente são liberados entre quatro e sete litros. Mesmo em repouso, a gente ainda libera de 500 ml a um 1,5 L de líquido no suor, por isso, a hidratação é fundamental e nossos hábitos precisam ser ajustados”, afirmou.

Ela orienta que adultos bebam, no mínimo, dois litros de água por dia. Se essa pessoa pratica atividade física, a quantidade pode dobrar. A Organização Mundial da Saúde calcula que uma forma de descobrir a quantidade certa de água para cada pessoa seja multiplicar o peso (em kg) por 35 ml.

image Por causa do forte calor, a família da terapeuta ocupacional Saphyra Ruffeil (de rosa) tomou água de coco na praça Batista Campos, na manhã desta segunda-feira. “Muito sol, mais do que nos outros anos”, disse ela (Ivan Duarte/O Liberal)

Sobre o consumo de doces gelados, facilmente encontrados na rua durante o período mais quente do ano, como chopps, picolés e sorvetes, a nutricionista pontua: “É muito importante tomar cuidado com a vigilância sanitária, pois tempos mais quentes viabilizam a proliferação de microrganismos que causam infecção”.

Do lado de fora do corpo, a pele é um dos órgãos mais afetados com a chegada do calor. A dermatologista Marília Xavier, do Núcleo de Medicina Tropical da UFPA, enfatiza a importância da hidratação, tanto via oral quanto por meio de produtos tópicos. “A pele ressecada fica mais escamosa, com uma coloração diferente, pergaminhosa. Lesões como queimaduras, manchas e até mesmo alergias e micoses são mais frequentes nessa época”, orienta.

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Marília destaca o uso de bons hidratantes aliados ao filtro solar, em geral com fator de proteção acima de 30, para garantir um bom cuidado. Áreas como cabelos, olhos e pés precisam de atenção também, pois, em geral, são esquecidos. Ela lembra que não são apenas os danos imediatos o grande problema, mas o risco do desenvolvimento de doenças, como câncer de pele, o que também está em jogo.

image A confeiteira Luciana Barbosa já sai de casa com a garrafa de água: "“Belém está muito é quente. A gente vive com calor" (Ivan Duarte/O Liberal)

"Belém está muito quente. A vive com calor”, diz confeiteira

Na manhã desta segunda-feira (8), a confeiteira Luciana Barbosa, 33 anos, reclamou do calor em Belém. “Belém está muito é quente. A gente vive com calor”, disse ela, que colocou uma garrafa de água mineral no congelador de casa para ir tomando aos poucos enquanto está na rua. “Ando com a garrafa pra cima e pra baixo”, contou. Para se proteger do sol, Luciana usa protetor solar e sombrinha. “Belém já é quente. E esse excesso de calor só piora”, afirmou. Mesmo assim, ela disse que prefere calor a chuva.

O promotor de vendas Arthur Martins, 21 anos, também tem notado a temperatura mais elevada. E, enquanto ia resolver um assunto bancário, carregava uma garrafinha de água mineral. “Esses últimos tempos está um pouquinho mais calor, principalmente no final da manhã e início da tarde”, disse. Ele afirmou que procura tomar bastante água e usar roupas mais leves. Arthur disse que, às vezes, o calor dá uma “agonia”. Mas, mesmo assim, também prefere o calor ao período chuvoso.

Também pela manhã, a terapeuta ocupacional Saphyra Ruffeil tomava uma água de coco na praça Batista Campos, acompanhado da filha, Maira, da neta Lara, de dois anos, e de Farid, o cachorro de estimação da família. Todos eles se hidratavam com água de coco. “Muito sol, mais do que nos outros anos”, disse Saphyra. Por isso, ela gosta de ir na praça para “pegar um frescor e tomar uma aguinha de coco bem gelada”. Saphyra contou que passa protetor solar, usa roupas leves e consome muita água e suco, além de comidas leves e saladas. Ela também prefere o calor. “Eu sou de praia, de piscina”, comentou.

image O promotor de vendas Arthur Martins, 21 anos, também tem notado a temperatura mais elevada. "Esses últimos tempos está um pouquinho mais calor, principalmente no final da manhã e início da tarde”, disse (Ivan Duarte/O Liberal)

Como cuidar da hidratação no calor?

Nutricionista

Beber no mínimo 2L de água (adultos)
Ingerir bastante líquidos
Consumir mais frutas e verduras
Fazer uso de isotônicos (água de coco é opção natural)
Incluir termogênicos na alimentação, como cereais integrais, canela e gengibre
Andar com garrafinha de água para lembrar de beber
Não confundir sede com fome (o que é muito comum)

Dermatologista

Usar hidratantes (antes do protetor solar ou à noite)
Usar filtro solar a partir do fator 30, 30 minutos antes da exposição. Reaplicar a cada 2h
Bebês e idosos devem buscar tipos específicos
Usar produtos com protetor solar para cabelos
Usar chapéus, bonés etc.
Usar óculos de sol de qualidade (que podem conter filtro também)
Usar roupas com proteção solar
Evitar exposição solar entre 10h e 16h
Procurar locais com sombra
Zelar pela higiene do couro cabeludo
Usar roupas mais leves, soltas e claras

 

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