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Autismo: Lucas Welter descobriu nos ônibus um hobby, após diagnóstico de TEA

O universitário é busólogo; apaixonado pelo transporte público, conhece a história e todas as linhas de Santarém e Belém

Emanuele Corrêa

O mês de abril, dedicado à conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), visibiliza histórias de famílias, que estão passando ou já têm o diagnóstico de uma pessoa com autismo. A família Welter, enquanto estava lidando com o diagnóstico, tratamento e crises de Lucas Welter, aos 4 anos, descobriu nos passeios de transporte público, em Santarém, uma forma de controlar a ansiedade e hiperatividade, associadas ao autismo. O jovem desenvolveu uma paixão por ônibus e hoje, aos 21 anos, é considerado busólogo, ou seja, estudioso do assunto.

Galeria Lucas Welter busólogo de Santarém

"Sempre andei muito de ônibus, e os passeios me acalmavam. Eu gosto de pesquisar a história dos ônibus. [Começou a desenhar] aos seis anos. Depois passei a fazer no computador. Tenho vontade de trabalhar em qualquer empresa de ônibus", disse o jovem.

Para realizar um sonho antigo, a família veio de Santarém, onde residem, a Belém e visitou o Centro de Controle Operacional do BRT, na Estação do Mangueirão. A equipe da redação integrada de O Liberal acompanhou a visita guiada, onde Lucas operou - com supervisão - algumas câmeras. Também fez um passeio no BRT, até a estação do Tapanã, onde conheceu a garagem da empresa Nova Marambaia, com várias linhas de ônibus. "É uma experiência nova. Estou gostando bastante", disse Lucas.

O envolvimento com a temática e a dedicação ao estudo o levou a conhecer os tipos de ônibus em Santarém, somente pelo barulho do motor. Além de saber todas as linhas de ônibus do município e também os de Belém. "Sim, [conhece as linhas de ônibus e] os motores Mercedes, Caio, Volvo, Scania, Agrale". Ele conta, também, que uma curiosidade interessante sobre ônibus, é o reencarroçamento, quando se coloca o motor de um ônibus no outro.

image Transtorno do Espectro Autista (TEA), abril é o mês dedicado à conscientização
O Pará tem o primeiro banco de dados de TEA do Brasil e de outubro de 2020 a março de 2022, 6 mil Carteiras de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) foram emitidas

A mãe de Lucas, Lenara Welter, 40 anos, diz que hoje o filho é independente, estuda Filmmaker na faculdade e também passa o dia focado nos projetos de desenho de ônibus. Relembra que o jovem criou um blog "Lucas Rio", onde recebia pedidos do Brasil todo para desenhar layout de várias empresas de transporte público.

Para ela o apoio da família é fundamental, por isso, os primeiros anos de tratamento - por mais desafiadores que tenham sido - refletem no bem-estar do filho. "Lucas foi diagnosticado aos 2 anos e 7 meses. Foi um processo longo e doloroso, na época ainda existia pouca informação sobre o TEA, muitas visitas a todos os tipos de profissionais, entre neurologistas, terapeutas, psicólogos e fonoaudiólogos, exames que não identificaram nenhuma anomalia. Hoje [aos 21 anos] Lucas não faz nenhum tipo de acompanhamento. Só consultas anuais ao neurologista", relembra.

"Eu me dediquei ao Lucas por 12 anos, desde seu nascimento, estando com ele em todos os dias e horas de sua vida, acompanhando até mesmo no colégio, do 1 ao 6 ano, estudando junto com ele sentada do lado dele. Lucas hj é um rapaz independente nas suas tarefas diárias, seus estudos também ele está tirando de letra", finalizou.

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