Atos devem marcar 7 de setembro em Belém

Duas grandes manifestações ocorrem em Belém neste dia 7 de setembro, quando é comemorado o feriado de independência do Brasil. Uma será voltada a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, que em todo o Brasil farão manifestações com foco nas críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao processo eleitoral. Na capital paraense, a concentração se inicia às 8h na avenida Nazaré com a Assis de Vasconcelos, nas proximidades do edifício Manuel Pinto da Silva, e se encerrará na Doca de Souza Franco. Para o deputado federal Éder Mauro (PL/PA), a manifestação será um grande ato democrático e de importância fundamental em 2022, já que se trata de um ano eleitoral.

"O objetivo principal é lutar por liberdade, para ter eleições limpas, transparentes e direitas. Para que não se tenha sujeira, será um grande ato democrático no momento em que vemos algumas manifestações de instituições que querem demonstrar interesse em fazer coisa errada", diz ele, que é um dos organizadores. "É um apoio não ao presidente Bolsonaro somente, mas ao Brasil. Mostrar que nós somos patriotas, mostrar que amamos nossa bandeira. Para mostrar sua opção por um Brasil melhor", afirma o também deputado federal Joaquim Passarinho (PL/PA).

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Grito dos Excluídos 

Já o Grito dos Excluídos foi criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, mas é tradicionalmente apoiado por partidos de esquerda e vai às ruas desde 1995. Este ano ele se inicia às 8h, em frente ao colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré. Para a vereadora de Belém Bia Caminha (PT), o pleito que se avizinha em outubro é definidor do tom dos atos deste dia 7. Ela acredita que a manifestação é importante para mostrar aos brasileiros que há uma alternativa ao cenário socioeconômico atual do Brasil, que ela classifica como sinônimo de fome, ódio e barbárie. "Essa eleição é a eleição das nossas vidas. Vamos às ruas dizer que também queremos fazer parte desse país. Estamos vivendo em um país em que o atual governo federal normalizou o ódio e a violência. E mais, instrumentalizou os símbolos da nossa nação para justificar um Brasil conservador", diz. 

Grito dos Excluídos historicamente contesta o autoritarismo 

Jorge André Silva é produtor cultural e integra a coordenação do ato em Belém. Ele lembra que o ato, historicamente, contesta o autoritarismo. Silva afirma que o objetivo é oferecer um contraponto e dar voz aos brasileiros marginalizados, comumente esquecidos em processo políticos. "Isso precisa ser denunciado. Temos um presidente que atua contra a democracia e mobiliza a população para pedir o fechamento de instituições democráticas. Nós somos diametralmente contra isso. Acreditamos que o que resolve os problemas da sociedade é a ampliação de direitos. É fundamental que a democracia seja respeitada e fortalecida", diz. 

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar para pedir informações sobre as ações para garantir a ordem e a segurança ao longo do dia, mas não obteve resposta.