Amazônia concentra 78% da filantropia climática no Brasil, aponta painel na COP 30
Esse panorama foi tema de um dos painéis realizados neste sábado (15), no Pavilhão do Brasil, durante a COP 30, que discutiu o papel e o lugar da filantropia no financiamento climático no país
A Amazônia concentra 78% do financiamento climático filantrópico no Brasil, segundo dados do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife). Esse panorama foi tema de um dos painéis realizados neste sábado (15), no Pavilhão do Brasil, durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que discutiu o papel e o lugar da filantropia no financiamento climático no país.
Depois da Amazônia, o Cerrado tem 62% de financiamento, seguido pela Mata Atlântica, com 68%. Na Caatinga, 42% das organizações desenvolvem ações, enquanto o Pantanal aparece com 25% e o Pampa, com 20%. Os números são do Censo GIFE, pesquisa de referência sobre investimento social privado e filantropia no Brasil, apresenta de forma inédita os principais resultados da seção Clima/Mudanças Climáticas da edição 2024-2025, cuja versão completa será lançada em dezembro de 2025.
Ainda segundo o levantamento, R$ 368 milhões foram mobilizados pelos associados em ações voltadas à agenda climática, seja de forma direta ou em interseção com outras áreas, como saúde, cultura, educação e apoio a organizações da sociedade civil. Considerando o volume total previsto para todas as causas na última edição do Censo Gife - cerca de R$ 5,8 bilhões destinados a 2023, corrigidos pelo IPCA de 2024 -, o valor aplicado na agenda do clima corresponde a aproximadamente 6% do total mobilizado.
Investimento
Na Blue Zone, o painel reuniu representantes de organizações, fundos e iniciativas que atuam no apoio a projetos socioambientais, destacando como o investimento filantrópico pode complementar políticas públicas e impulsionar ações de mitigação e adaptação às mudanças do clima. O debate também abordou os desafios para ampliar a participação do setor, incluindo a formação de parcerias duradouras.
Segundo o secretário-geral do Gife, Cassio França, um estudo, feito em parceria com o Instituto Clima e Sociedade e corroborando o Censo Gife, mostra que 70% a 75% do aporte internacional chega na Amazônia. Embora o volume de recursos para o Brasil não seja tão grande, a parte positiva é que a filantropia se expande para o país como um todo. Mesmo com o protagonismo internacional da Amazônia, as demais áreas não são esquecidas, conforme pontua Cássio.
“Embora a soma das atuações por bioma possa ultrapassar 100% (indicando atuação em mais de uma área), isso é animador. Vemos que outros biomas brasileiros não são deixados de lado. Não sei o quanto isso se reflete em volume financeiro, mas, em termos de atuação, a filantropia está assumindo a responsabilidade de olhar para o Brasil como um todo”, pontua o secretário-geral do Gife.
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