Alimentação natural para pets: veja quais cuidados tomar
Veterinária reforça que a alimentação natural requer planejamento, exames e orientação para evitar riscos à saúde de cães e gatos
A alimentação natural para cães e gatos pode trazer benefícios à saúde dos pets quando realizada de forma equilibrada e com orientação profissional. Segundo a veterinária Cristina Pereira, esse tipo de dieta exige planejamento, exames prévios e uma transição gradual da ração para a comida natural para evitar riscos ao bem-estar do animal.
De acordo com a profissional, a mudança pode ser indicada, principalmente, para pets com sobrepeso, problemas dermatológicos, cardiopatias ou sensibilidade alimentar. No entanto, ela alerta que a transição não deve ser feita sem orientação. “Antes de iniciar a alimentação natural, o animal precisa ser avaliado por um veterinário. Exames de rotina e complementares são necessários para que o nutricionista elabore uma dieta adequada para cada paciente”, orienta.
Benefícios para a saúde dos pets
Entre as vantagens da alimentação natural, a especialista destaca que uma dieta balanceada reforça o sistema imunológico, melhora a saúde gastrointestinal, ajuda na manutenção da saúde bucal e pode prevenir doenças de pele. “Os alimentos naturais possuem nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo e contribuem para uma vida mais longa e saudável”, explica.
No caso dos gatos, a veterinária lembra que eles são animais estritamente carnívoros, por isso tendem a aceitar menos legumes e verduras do que os cães. Para eles, as proteínas devem ser prioridade. “Carne bovina, frango e peixe são algumas das opções mais indicadas. São fontes ricas em ferro, complexo B e ácidos graxos, que auxiliam no desenvolvimento muscular e na saúde da pele e pelagem”, detalha.
Como fazer a transição da ração para a comida natural
A transição deve ser gradual para evitar rejeição e desconforto digestivo. A profissional explica que muitos tutores cometem o erro de substituir a ração de forma brusca. “O tutor precisa ter cuidado, porque quando a mudança é rápida demais, o animal rejeita o alimento não por não gostar, mas por não estar acostumado”, destaca. O ideal é misturar pequenas porções de comida natural à ração e aumentar gradualmente até a troca completa, sempre com acompanhamento veterinário.
Além disso, a alimentação natural precisa ser equilibrada. Não basta oferecer apenas carne e legumes. Uma dieta completa inclui proteínas, carboidratos, legumes, vísceras e suplementação adequada, conforme a necessidade do pet.
O que não pode: alimentos proibidos e riscos à saúde
Alguns alimentos naturais, apesar de comuns à mesa dos humanos, são tóxicos para cães e gatos e não devem ser oferecidos em hipótese alguma. Entre eles estão:
- Chocolate
- Uva
- Abacate
- Açaí
- Alho e cebola
Esses itens podem causar intoxicação grave e rápida, com sintomas como vômitos, diarreia, salivação excessiva e até parada cardiorrespiratória. “Se houver ingestão, é necessário atendimento emergencial imediato. Em casos mais severos, o pet pode vir a óbito em questão de minutos”, alerta a veterinária.
Ela também explica que alguns animais podem desenvolver alergia ao frango, uma proteína comumente utilizada nas dietas naturais. “Se o pet começar a apresentar coceira, vermelhidão na pele ou queda de pelos após consumir frango, pode haver relação com sensibilidade à proteína. Nesse caso, é necessário reavaliar a dieta e substituir por outra fonte proteica”, recomenda.
Tutores relatam mudanças após aderir à alimentação natural
A estudante de Psicologia Luísa Maria, de 22 anos, de Belém, decidiu adotar a alimentação natural após perceber que sua cadela, Lua, havia perdido o interesse pela ração. “A Lua simplesmente enjoou da ração. Hoje ela come carnes cozidas sem tempero, verduras, legumes e frutas. Desde a mudança, ela está mais saudável e forte”, conta.
O pai de Luísa, Victor Oliveira, afirma que o aprendizado como tutor veio após uma experiência difícil com o primeiro gato da família, que morreu devido a complicações renais. “Achávamos que qualquer ração servia. Quando adotamos outro gato, estudamos mais e percebemos que ser tutor exige informação. Com a alimentação natural, vimos melhorias no comportamento e na saúde dos nossos pets”, diz.
Luísa também é tutora de dois gatos, Mingau e Oreo. Embora ainda comam ração, segundo ela, os dois preferem alimentos naturais. “O Oreo é idoso e não tem muitos dentes, mas se alimenta super bem com comida natural”, comenta.
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