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Agricultores protestam contra instalação de aterro sanitário em Benevides

Na área onde o aterro seria instalado, moram 1.500 famílias de agricultores

Eduardo Rocha

Moradores da Comunidade Nelson Mandela, em Benevides, na Região Metropolitana de Belém, interditaram vias de acesso ao local, em protesto contra a intenção de uma empresa de instalar um aterro sanitário na área onde residem 1.500 famílias de agricultores. O protesto começou na manhã desta quinta-feira (18) e seguiu até a noite. A intenção dos manifestantes é retomar o ato nesta sexta-feira (19). Em Nota, o Governo do Estado informou: "A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) não recebeu, até o presente momento, nenhum pedido de licenciamento de aterro sanitário em Benevides".

"Só vamos sair daqui quando a gente se reunir com o Poder Público, para tratar do assunto, porque não queremos que venha o aterro sanitário para cá", destacou uma manifestante, que prefere não se identificar.

Ela destacou que pessoas ligadas à empresa em questão estiveram no local nesta quinta-feira. "Existem propostas sendo divulgadas, mas nada foi acertado, não. Nós não queremos o aterro aqui", enfatiza.

Tensão

O advogado Ilson Pedroso atua na defesa dos interesses dos moradores da Comunidade Nelson Mandela. Ele informa que tramitam dois processos com relação à área, um envolvendo da empresa antiga proprietária e um outro, de uma empresa de Santa Catarina, que adquiriu o terreno no processo de execução contra a primeira organização. Por determinação da Justiça, está suspenso ato de imissão na posse até julgamento de recursos no processo.

Ocorre que os moradores descobriram que a empresa apontada como dona da área propõe a retirada das famílias do local para execução de um projeto de aterro sanitário. Dessa forma, além da manifestação, os moradores buscam tratar do assunto com dirigentes e técnicos da Prefeitura de Benevides, do Governo do Estado e do Tribunal de Justiça do Pará. "Comissões de moradores vão buscar os órgãos para mostrar os impactos da instalação de um aterro sanitário na área", ressalta Ilson Pedroso.

Segundo a manifestante ouvida pela reportagem, a Comunidade Nelson Mandela reúne 1.500 famílias morando no local desde 2007. "Quem mora aqui são agricultores que abastecem a região, e eles querem que a gente saia daqui para instalar um aterro sanitário. Hoje mesmo, chegaram quatro carros com pessoas, com um drone, para demarcar o terreno", relatou. A empresa teria proposto doar uma pequena parte da área para um número limitado de famílias, o que é questionado pelos agricultores.

Os manifestantes interdiram as vias de acesso à área com 150 mil metros quadrados, bloqueando as entradas a partir do Murinim e da Estrada do Mosqueiro. A reportagem buscou por uma posição da Prefeitura de Benevides, mas até o momento ela não se manifestou.

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