1º dia de mutirão de vacina anticovid movimenta postos de Belém; idosos de 1938 a 1941 tomam 3ª dose

Com a proximidade do Círio de Nazaré e, visando que o risco de transmissão da covid-19 seja ainda menor, os órgãos de saúde de Belém fazem mutirão de vacinação nesta segunda-feira (27) aos nascidos de 1938 a 1941 e segue até sábado (2) aos nascidos entre 2005 e 2006. A meta é alcançar 75% da população belenense com duas doses até o fim de novembro.

A movimentação na Associação do Centro Social dos Suboficiais e Sargentos da Guarnição de Aeronáutica de Belém (Cassazum) era intensa, com algumas filas e muitos idosos acompanhados de seus familiares, para tomar a 3ª dose de reforço. Ruth Carreira, 81 anos, professora aposentada conta que foi tomar a terceira dose de reforço acompanhada da filha e que esperou muito por esse momento, tão próximo do Círio, e que traz esperança de dias melhores, de famílias novamente reunidas.

"Agora eu me sinto segura. Estava esperando por este momento. Ficava aflita de terminar e eu não ser vacinada. Acho que é uma responsabilidade que a gente tem com a gente e com os outros, principalmente a minha família, que é numerosa. Eu tenho duas filhas que tem 60 anos, que também se vacinarão", relata a professora.

Ruth relembra os momentos difíceis do começo da pandemia, conta que perdeu um irmão que morava no Rio de Janeiro para a covid e outros parentes, que segue e continuará a seguir os protocolos, mesmo vacinada e reforça que o Círio será um momento intimista e de receber em casa só os filhos que moram nas casas próximas a sua.

"A vacina vem trazer esperança para não perdermos mais ninguém. Os Círios recebíamos umas 45 pessoas, almoçando, festejando, vinha gente de fora do país e de outros estados. A Confraternização era maior que o Natal... Só que com a pandemia, ano passado não recebemos ninguém, e este ano vamos receber só os familiares próximos, que moram na casa de cima, ou perto, com cuidado. A pandemia ainda não acabou, devemos ter todos os cuidados que tínhamos antes", concluiu.

O Círio é o Natal dos paraenses, é o que declara Manoel Avelino de 80 anos e que há 20 anos se fantasia e trabalha como "Papai Noel". Ele celebra a sua terceira dose e acredita que somente a vacina é possível acabar com este cenário pandêmico, por isso incentiva a vacinação de todos.

"Essa vacinação é uma benção que Deus enviou ao mundo para nos livrar dessa pandemia. Agora, depende de nós termos fé e acreditar na vacina. Vamos ter confiança e a certeza de que nós iremos ainda ter um Círio de Nossa Senhora de Nazaré, que é o Natal do paraenses. Congregar com nossas famílias... Estou muito feliz por ter tomado a terceira dose", disse Manoel.

Na linha de frente, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros voluntários trabalham desde o dia 3 de fevereiro e, mesmo cansados, sabem que com este mutirão a possibilidade de 75% da população de Belém completar o esquema vacinal, torna-se palpável, é o que afirma Gisele Bemuyal, coordenadora do posto do Cassazum.

"É muito gratificante, estamos desde o começo. A expectativa é grande, de vacinar uma quantidade maior de pessoas e elas conseguirem se reunir no Círio. Ano passado não teve reunião de famílias, agora com a segurança das doses da vacina e o reforço da terceira dose vai ser possível. É um público amplo, porque a expectativa é que vacinemos a maior quantidade de pessoas até o final de novembro, inclusive", explica a coordenadora.