Demora em aprovações de novos empreendimentos favorece migração para Ananindeua

De acordo com o Sinduscon-PA, atualmente um projeto do segmento econômico em Belém leva de um a dois anos para ser aprovado, enquanto que em Ananideua a aprovação ocorre em seis meses.

Luiz Cláudio Fernandes
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A cada 10 projetos do segmento econômico (com valores de até R$ 250 mil) lançados na região metropolitana de Belém, oito são em Ananindeua, um é em Belém e um é em Marituba, mostram dados do Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA). Segundo o órgão, a facilidade de aprovação de novos projetos é melhor em Ananindeua. Já na capital, a demora nos processos de aprovação pelos órgãos municipais atrapalha a construção de novos empreendimentos e também o crescimento da cidade. 

É por isso que ocorre uma expressiva migração populacional para o município de Ananindeua, explica o diretor do Sinduscon Neil Henriques. Segundo ele, Ananindeua tem cerca de 3.000 unidades de lançamento neste ano de 2021. “Por outro lado, em 2020 não teve um empreendimento sequer da linha econômica lançado em Belém”, compara. 

“O público que procura a linha econômica não está encontrando espaço dentro de Belém e não é por falta de terreno. É por falta de aprovação dos órgãos competentes dentro do município”, explica Neil. 

image O público que procura a linha econômica não está encontrando espaço dentro de Belém (Oswaldo Forte)

Segundo ele, isso compromete o crescimento e a urbanização da cidade. “As pessoas com renda mensal de até cinco mil reais não estão conseguindo morar em Belém não porque elas não têm capacidade de comprar um imóvel na capital, mas porque elas não estão encontrando empreendimentos dentro de Belém. O resultado disso é que Ananindeua tem se desenvolvido mais rápido, resultado da agilidade de órgãos como  Sema, Sesan, Sema, Seurb, entre outros”, explica o diretor.  

De acordo com o Sinduscon-PA, um projeto em Belém leva de um a dois anos para ser aprovado, enquanto que em Ananideua a aprovação ocorre em seis meses. “É por isso que muitos jovens estão indo morar em Ananindeua, pessoas que estão constituindo família e adquirindo o primeiro impovel”, explica. 

image A cada 10 projetos do segmento econômico (com valores de até R$ 250 mil) lançados na região metropolitana de Belém, oito são em Ananindeua (Oswaldo Forte)

Na opinião de Neil, uma gestão municipal precisa olhar com atenção a questão do crescimento habitacional. “Não digo que isso se dá em Belém como um problema de gestão e sim como uma falta de visão. Falta o setor público enxergar melhor que precisa fazer um trabalho nesse segmento. Falta observar os exemplos de outras cidades”, diz o diretor. “Houve uma mudança de gestão municipal, então vamos observar como vai continuar esse cenário em Belém”, acrescenta.

A administradora Barbara Pimentel encontrou muita dificuldade para encontrar um imóvel novo em Belém. Foram meses e meses procurando e os valores sempre ultrapassavam o seu limite de orçamento de R$ 250 mil. “Quando achávamos era em bairros muito distantes. Fomos achar apenas em Ananindeua na faixa de preço que queríamos”, conta. “É complicada essa burocracia na liberação de novos empreendimentos, porque isso contribui para continuarmos tendo um lento desenvolvimento urbanístico na capital. Continuamos, assim, em termos de desenvolvimento, em posição inferior em relação a outras cidades”, avalia.  

Realidade inversa  

O paradigma já muda quando se fala em empreendimentos de luxo. Segundo dados do Sinduscon-PA, a cada 10 empreendimentos de alto padrão, nove ficam em Belém e apenas um fica em Ananindeua. “Entretanto, ainda assim, as dificuldades de aprovação são as mesmas. É preciso olhar com atenção isso, pois isso prejudica o crescimento da cidade”, explica. “Quase todos os projetos de segmento econômico (até R$ 250 mil) lançados de 2020, 2021 e 2022 estão em Ananindeua”, continua.  

Segundo o presidente do Sinduscon-PA, Alex Carvalho, a regularização de terras em Belém também é um fator que inibe o desenvolvimento da cidade. “As restrições impostas em torno do centro histórico, aliadas à falta de regularização fundiária de grande parte da periferia de Belém ou bairros populosos como Guamá e Terra Firme, inibem a requalificação dessas moradias, em atendimento à demanda de classe média baixa da população”, avalia.

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