Dança ao ar livre reúne jovens, adultos e idosos na Cidade Nova

Quem dança seus males espanta. Não se sabe ao certo quem é o autor desta frase, mas um grupo de quase 40 pessoas da Cidade Nova concorda com ela e afirma: dança é uma terapia para o corpo e a alma. A verdade é tanta, que participantes do projeto Mais Saúde se reúnem duas vezes na semana, às 7h, no Complexo do 8 para praticar a atividade física ao ar livre.

Entre jovens, adultos e idosos, um senhor de 91 anos chama atenção de quem passa. O motivo: sua vitalidade e molejo. Waldemar Sousa é o único homem entre dezenas de mulheres que não fica para trás da moça mais jovem da turma. O segredo, segundo ele, é a prática de exercícios desde cedo.

“Sabe essa vitalidade que eu tenho? É porque eu sempre gostei de educação física, desde jovem fiz vários exercícios e hoje cheguei a essa idade com energia para ainda fazer natação, hidroginástica, alongamento, corrida e dança”, conta o aposentado, exibindo seu vigor na terceira idade. 

Ele conta ainda que já costumava caminhar pelos corredores do espaço e, de longe, observava o grupo dançar, até que se juntou a ele. “Eu cheguei faz tempo, fiquei caminhando e vi elas dançando. Um dia elas me convidaram e aceitei, afinal, eu gosto de dançar. Inclusive, saindo daqui ainda vou para o Bosque Seringal dançar  de novo”, disse se despedindo, animado para mais uma aula.

Exemplo de superação

Kátia Miranda tem 56 anos de idade e oito de relacionamento amoroso com a dança. Ela começou a dançar em um período difícil da vida e encontrou no projeto, uma válvula de escape.

Kátia Miranda tem 56 anos de idade e oito de relacionamento amoroso com a dança (Sidney Oliveira)

“Quando comecei a dançar, já estava pesando quase 100 quilos, mas o que já estava ruim, piorou. Meu filho faleceu e comecei a entrar em depressão. Então teve um dia que eu estava caminhando na praça, vi a professora e perguntei se eu poderia participar da aula. Então fui acolhida por ela e demais pessoas do grupo, o que me ajudou a continuar frequentando e meses depois já estava bem melhor”, compartilha.

“Melhorou a saúde e minha autoestima, e hoje, posso dizer que sou feliz. Fazer atividade física mudou minha vida. Eu sou hipertensa, diabética e só vivia no médico, mas agora não, já estou mais saudável. Fora o corpitcho, né? Pra quem já tinha quase 100 quilos e chegou aos 80? Tô feliz”, conta animada e orgulhosa dos resultados da dança.

Dança é uma terapia para o corpo e a alma (Sidney Oliveira)

Cuidando do corpo e mente

Para a educadora física e idealizadora do projeto, Dayse Silva, a dança promove benefícios para corpo e mente. “A dança é incrível pois não tem nenhuma restrição, além de não ter impacto. Então, a pessoa que tem problema cardíaco, diabético, hipertenso ou até mesmo cadeirante pode dançar sem problema algum. O que não pode é ficar no sedentarismo. Assim, no grupo tem pessoas que reduziram peso, ganharam mais autoestima, foram curadas da depressão e ansiedade, tudo graças à dança”, diz a professora.

Mesmo se tratando de atividade ao ar livre, o uso de máscaras faciais é obrigatório. Dayse considera que, apesar do país estar em um momento menos crítico da pandemia, ainda é importante manter os cuidados com a saúde. “Um  dos critérios para retomar o projeto, que foi paralisado no início da pandemia, foi não deixar de utilizar a máscara, até porque os idosos, que são grupo de risco, são a maioria entre o meu público. Aqui quase todos têm mais de cinquenta anos, já foram vacinados com a terceira dose de reforço, mas ainda é importante continuar se preservando”, explica.

Conheça os benefícios da dança:

Ajuda a perder peso

Estimula a memória

Melhora a postura e flexibilidade

Reduz o estresse

Combate a ansiedade e depressão

Melhora o equilíbrio

Tonifica os músculos