Por que algumas pessoas demoram a começar assistir uma nova série? Especialista responde
A sensação de travamento pode fazer com que muitas pessoas não procurem mais títulos novos para assistir em streamings
Imagine que você chega cansado do trabalho, toma um banho quente, se alimenta e em seguida decide colocar uma série para descansar a mente. Mas o que realmente acontece é que você passa por diversas capas de produções, assiste vários trailers, lê inúmeras sinopses e parece que nada lhe agrada. Ao final, você passou cerca de 30 minutos apenas tentando escolher um título, desiste e resolve ir dormir.
Essa sensação de travamento, que acontece com muitas pessoas no mundo todo, pode ocorrer mesmo diante de algo que a pessoa sabe que gosta. Segundo o psiquiatra Adiel Carneiro Rios, em entrevista ao portal Metrópoles, tal comportamento não trata-se de uma preguiça ou falta de interesse, mas é visto como um reflexo direto de como o cérebro vem sendo estimulado no cotidiano.
“O cérebro se acostuma a estímulos rápidos, cortes constantes e recompensas instantâneas. Quando encontra uma narrativa mais lenta, que exige atenção e envolvimento progressivo, reage como se fosse esforço demais. Ele entra em sobrecarga e prefere não começar nada a correr o risco de escolher ‘errado’”, disse Adiel Rios.
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“E agora, qual série escolher?”
O bloqueio que vem à mente quando algumas pessoas se perguntam “E agora, qual série escolher?” também pode estar associado a questões de saúde mental, como por exemplo ansiedade e déficit de atenção. Mas a boa notícia é que essa situação pode mudar se forem seguidos alguns passos, como por exemplo: começar assistir apenas dez minutos para ensinar ao cérebro que iniciar uma série nova não é tão ameaçador quanto parece.
“Quando a pessoa passa a travar também para iniciar livros, projetos, tarefas do dia a dia ou conversas importantes, e isso vem acompanhado de culpa, frustração e queda na autoestima, é preciso olhar com mais atenção. O cérebro tem grande capacidade de reaprender. Com apoio e pequenos passos consistentes, é possível retomar o prazer até nas coisas mais simples”, finalizou Adiel Rios.
(Victoria Rodrigues, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Felipe Saraiva, editor web em Oliberal.com)
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