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Crescimento da agropecuária paraense depende de tecnologia e mão de obra qualificada

Uma exigência para que a agropecuária paraense desponte ainda mais no cenário internacional, segundo especialista, é o aumento de mecanização, uso de drones e uso dos satélites

Elisa Vaz
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O crescimento do setor agropecuário do Pará, impulsionado pela estimativa de aumento da população, caminhará de mãos dadas com as novas tecnologias que têm surgido e que podem ajudar o Estado a ganhar ainda mais destaque no mercado. Isso cria uma demanda por profissionais qualificados de acordo com os critérios tecnológicos, o que especialistas consideram um fator fundamental para o sucesso da pecuária e da agricultura locais.

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Uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que, até 2050, a população mundial deverá atingir a marca de 9,7 bilhões de pessoas, e o crescimento deve aumentar a produção de alimentos em aproximadamente 70%, a fim de atender à demanda global. Diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) e zootecnista, Guilherme Minssen considera que o mercado paraense de agropecuária tem muito potencial de se tornar “a bola da vez”, mas que o investimento na capacitação dos profissionais do setor e na tecnologia será o diferencial.

“O Brasil é a bola da vez no planeta para produzir proteína animal e vegetal e, para isso, estamos aumentando muito a produção e diminuindo a área que nós ocupamos, ou seja, estamos produzindo mais e melhor em menos área e, principalmente, com resultados mais eficientes. O Brasil produz o boi mais barato do planeta, e no Brasil a carne mais barata está no Pará. Isso gasta tecnologia. Sem tecnologia não tem como nós resolvermos isso. Precisamos ter a capacitação dos nossos profissionais e, cada vez mais, produzir alimentos eficientes e tudo aquilo que o mercado estiver pedindo”, avalia.

Ferramentas

Uma exigência para que a agropecuária paraense desponte ainda mais no cenário internacional, segundo Guilherme, é o aumento da mecanização e do uso de drones e satélites, sem deixar de lado o tripé “solo, planta e animal”. As melhores tecnologias são as que estimulam a disponibilidade de grãos e sementes, mas, principalmente, diz o zootecnista, a correção do solo, adubação, plantio e colheita.

A professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) Luiza Meller, doutora em engenharia de alimentos, afirma que aumentar a produção mundial em 70% só será possível com o uso da tecnologia, e sendo aplicada em todos os níveis da cadeia produtiva: melhoramento de sementes e mudas, plantio, aumento de produtividade, processos de colheita que diminuam as perdas, processamento e aproveitamento dos resíduos para produção de subprodutos e outros.

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No Pará, muito disso já é realidade, ao menos de maneira mais acadêmica – na prática ainda requer mais avanços. “Em nível de pesquisa, acredito que a região Norte tem estudado e desenvolvido várias tecnologias para o setor agropecuário, que possuem como diferencial sua aplicação à realidade regional. Do ponto de vista de aplicação prática, temos alguns exemplos de sucesso, principalmente nas etapas iniciais da cadeia produtiva, mas ainda há muito a crescer. Por exemplo, na oferta de novas variedades de sementes como açaí e cacau, mais resistentes a pragas, com um rendimento maior em polpa”, opina.

A rastreabilidade é uma das ferramentas em que o Pará saiu na frente. O diretor da Faepa Guilherme Minssen adianta que, até 2025, todo boi abatido terá que ser rastreado, desde que sai da placenta da mãe e durante a criação, desmama e processo para engordar.

“Só serão comprados aqueles bezerros que forem rastreados. A Faepa saiu na frente disso e, desde 2022, estamos preparando o maior programa de rastreabilidade, só visto no Mato Grosso e agora no Pará, que hoje tem o segundo maior rebanho do país. Mato Grosso e Pará saem na frente na pecuária brasileira e, com isso, na pecuária mundial. Isso é resultado não só da rastreabilidade, mas também do acompanhamento e da competência dos técnicos que fazem o gerenciamento de todo esse setor”, pontua.

Mercado de trabalho

Com a crescente demanda por tecnologia na agropecuária, aumenta também a geração de emprego e renda. Minssen diz que as narrativas de que o surgimento de tecnologias acabariam com o emprego humano não têm fundamento, já que, se existem mecanismos tecnológicos, é necessária uma mão de obra mais qualificada para manuseá-los.

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“O agronegócio paraense cresce para ser o setor que tem mais gente agregada, mas precisa ser um pessoal capacitado. Tudo isso precisa de tecnologia, de gente, de capacitação e de pessoas que tenham formação, principalmente aqui na Amazônia. Nossas universidades são promotoras de técnicos capacitados para chegar nesse mercado conhecendo o ambiente e tendo conhecimento do que é produzir na Amazônia, nesse clima tropical extraordinário”, declara.

Dentro da pecuária, por exemplo, que hoje está difundida pelos municípios do Pará e se intensificou por meio da tecnologia, o especialista ressalta a importância de seguir um tripé de sanidade, nutrição e genética. Ou seja, para garantir a qualidade da carne paraense, faz-se necessária a participação de profissionais com conhecimento sobre a produção de proteína animal, o preparo do solo e a parte veterinária.

Já a professora Luiza Meller afirma que o uso da tecnologia precisa de mão de obra em todas as etapas da cadeia produtiva, desde a produção de sementes e mudas até a oferta ao consumidor, para ser viabilizada. Na opinião dela, os profissionais especializados que mais terão espaço nesse mercado serão os engenheiros (de alimentos, produção, agrônomos, químicos), médicos veterinários, tecnólogos e técnicos especialistas, entre outros.

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