Vereadores de Belém e deputados estaduais defendem programação do Círio sem procissões com fiéis
Membros da Alepa e da Câmara Municipal comentam decisão da Diretoria da Festa que estabeleceu um novo formado para o Círio de Nazaré deste ano

O anúncio da arquidiocese de Belém de que o Círio 2021 ocorrerá sem procissões com fiéis recebeu apoio dos vereadores da capital paraense. De acordo com Emerson Sampaio (Progressistas), a decisão foi acertada já que a pandemia de covid-19 ainda não acabou e a organização não teria controle sobre a contaminação entre fieis.
"Acho que a arquidiocese tomou uma decisão pertinente e prudente. [Tivemos] o exemplo agora das Olimpíadas no Japão o número de casos que cresceram de contaminação durante o período com uma megaestrutura e testes todos os dias. Coisa que não vamos ter em Belém", afirma.
Matheus Cavalcante (Cidadania) celebrou o equilíbrio entre o novo e o velho normal, já que a arquidiocese vai viabilizar parte dos festejos a Nossa Senhora de Nazaré mas sem as romarias que levam milhares às ruas.
"O Círio é uma marca de todo o paraense, tendo em vista que é uma das maiores procissões do mundo, mas ainda é muito complicado falar sobre possibilidades de aglomeração. Infelizmente ainda não conseguimos vacinar todo mundo em Belém. Apesar de termos avançado, não vamos conseguir alcançar a imunização de rebanho até lá", avaliou.
Na opinião de Fernando Carneiro, a decisão anunciada no último domingo (8) não poderia ter sido diferente, já que ainda há um horizonte de incertezas sobre o futuro da pandemia.
"Existem novas variantes circulando, a principal delas a Delta, há ainda dúvida se somente duas doses da vacina tem condições de eliminar a nova variante. O Círio é um dos nossos maiores patrimônios e temos que zelar por ele, mas também temos que zelar pela vida. Vamos ter a manifestação da fé mas por outras formas de representação", destacou.
O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, Chicão (MDB), compartilha de opinião parecida com as avaliações dos vereadores. Para ele, a decisão é um passo em direção a um Círio sem restrições no futuro.
"Eu fico muito feliz em saber que a coordenação da festa, junto com as autoridades sanitárias do Estado, estão tomando com cuidado as decisões para que a gente possa ter, de uma forma mais discreta, a realização do Círio. Inclusive na Casa sempre existe o evento do Círio e nós iremos obedecer o que for determinado pela coordenação da festividade", disse.
Orlando Lobato (PMN) classificou a atitude como louvável, mas acredita que a execução do que foi determinado pela arquidiocese será uma tarefa difícil para a organização da festa e das autoridades.
"O sentimento da grande massa paraense que veio acompanhar o Círio não é fácil conter por portaria, por decreto. Será um desafio vetar as pessoas de acompanharem, irem para as ruas, manifestarem sua fé, como já não foi ano passado que estávamos em uma ascendente da pandemia.
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