Presidente da FIEPA fala sobre debate sobre escala 6×1 e diz que proposta é “inoportuna"

Segundo Alex Carvalho, o país deveria priorizar o combate à informalidade, à pirataria e às atividades ilícitas, em vez de avançar em mudanças que ampliem os custos e encargos sobre empresas que geram empregos com carteira assinada

Gabi Gutierrez
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O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), Alex Carvalho, criticou a discussão sobre a adoção da escala de trabalho 6×1 no Brasil e avaliou que o debate é inadequado para o atual cenário econômico do país. Em entrevista, ele afirmou que a proposta impõe mais dificuldades à atividade formal e não enfrenta os problemas estruturais do mercado de trabalho brasileiro.

Segundo Alex Carvalho, o país deveria priorizar o combate à informalidade, à pirataria e às atividades ilícitas, em vez de avançar em mudanças que ampliem os custos e encargos sobre empresas que geram empregos com carteira assinada. “O empresariado brasileiro, especialmente o paraense, enfrenta muitas dificuldades para sobreviver. Discutir redução de jornada neste momento é fechar os olhos para os reais problemas”, afirmou.

Para o presidente da FIEPA, o Brasil já convive com uma das maiores cargas de encargos sociais do mundo, o que limita a competitividade do setor produtivo. Ele argumenta que o foco do debate não deve ser a jornada de trabalho em si, mas as condições econômicas e institucionais do país para sustentar uma mudança desse porte.

“O equívoco não está, necessariamente, na jornada, mas nas condições que o Brasil possui hoje para assumir uma transformação dessa magnitude. Existem questões muito mais estruturantes a serem enfrentadas do que impor mais uma carga sobre quem produz e gera emprego formal”, disse.

Alex Carvalho também criticou o que classificou como viés eleitoreiro e ideológico na discussão. Para ele, a proposta ignora a contradição entre os baixos índices de desemprego e o alto nível de informalidade no país, que atinge cerca de 70% da população economicamente ativa.

“Acredito que um dia o Brasil terá condições de discutir uma iniciativa como essa, mas ainda estamos longe disso. Antes, precisamos avançar em reformas estruturais que fortaleçam a produção, o comércio e os serviços”, concluiu.

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