Ativismo estudantil e referência familiar são ponto de partida dos vereadores mais jovens da CMB

Conheça a história de Bia Caminha (PT), a mais jovem vereadora da história de Belém, com 21 anos, e João Coelho (PTB), 20, o sexto mais votado da Casa, com 9.493 votos

Abilio Dantas
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A eleição deste ano para a Câmara Municipal de Belém (CMB) refletiu um desejo de renovação da população, já que mais de 50% das vagas serão ocupadas por novos parlamentares, que exercerão um mandato pela primeira vez. Foram 17 vereadores reeleitos e 18 estreantes no parlamento municipal.

Mas para além da renovação de mandatários, a idade de alguns parlamentares também foi destaque da disputa eleitoral deste ano, já que foram eleitos Bia Caminha (PT), a mais jovem vereadora da história de Belém, com 21 anos, e João Coelho (PTB), de 20 anos, o sexto mais votado da Casa, com 9.493 votos. As trajetórias dos dois jovens até conquistarem uma vaga demonstram a diversidade de caminhos e bandeiras políticas que a nova geração representará no púlpito da CMB.

Em âmbito nacional, no entanto, a proporção de vereadores mais jovens caiu pela segunda eleição consecutiva em 2020, totalizando 7,2% dos eleitos. Em 2016, o percentual de vereadores eleitos com menos de 30 anos foi de 7,9% – quatro anos antes, em 2012, essa proporção era de 8,7%. 

Militante política desde os 17 anos, quando entrou no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Bia Caminha conta que seu engajamento nasceu do envolvimento com a educação pública. Filha de fundadores do Partido dos Trabalhadores, ela usufruiu de um curso da UFPA pela primeira vez aos 4 anos, quando estudou violino em um projeto de extensão universitária. Em seguida, estudou também piano, canto coral e o curso técnico de violoncelo pela Escola de Música da UFPA (Emufpa), antes de optar pela Arquitetura. As políticas públicas para a educação, segundo ela, foram a porta de entrada para que manifestasse o desejo de participar ativamente do movimento estudantil, assim que ingressou na universidade.

“Fui presidenta do Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo. Logo depois, fui diretora geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e me filiei ao PT no meu aniversário de 18 anos. Não tinha outro caminho para mim a não ser lutar pela educação pública”, relata a vereadora eleita.

Segundo ela, a decisão de tentar uma vaga na CMB foi coletiva, a partir do Movimento Popular de Juventude (MPJ) Em Disparada. “A gente fez a crítica de que o partido deveria participar de movimentos de massas, mas precisava também ter um ‘pé’ no espaço institucional da política. Lançamos várias candidaturas no Brasil e a minha foi resultado disso, da necessidade do partido ter candidaturas jovens. Fui a única mulher jovem que concorreu as eleições pelo PT em Belém”, destaca.

Quando iniciar o mandato em janeiro do ano que vem, a vereadora, que destaca o fato de ser negra e bissexual, deve colocar em prática a plataforma defendida durante a campanha, que consiste em dois principais eixos: direito à vida e direito à cidade.

“Quando a gente nasce preto, mulher, LGBTQI+, a gente já nasce com o direito de existir negado. É fundamental que esse direito seja firmado com a presença do estado em nossas vidas, nos protegendo e nos dando condições de viver. E o direito à cidade está presente na defesa do direito à moradia, saneamento, transporte público, que fazem parte do direito de existir”, explica.

Pessoas com deficiência

Elaborar projetos na área de atendimento a pessoas com o espectro autista e Síndrome de Down é um dos objetivos do vereador João Coelho (PDT). João é irmão do ex-vereador Adriano Coelho (PDT), que, por ser suplente na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), assumirá uma vaga de deputado estadual no lugar de Dr. Daniel (MDB). O jovem diz que dará continuidade ao trabalho do irmão na CMB em áreas como saneamento, educação, saúde, lazer, esportes, políticas públicas para a juventude e incentivo ao empreendedorismo.

“Como sempre destaquei durante a campanha, a ideia é trabalhar com o conceito de mandato aberto às demandas apresentadas pelas próprias comunidades, que são quem de fato conhecem os problemas e necessidades que precisam ser atendidas. Além disso, vou dar continuidade aos projetos iniciados no mandato do vereador Adriano Coelho, ampliando os avanços já alcançados, por exemplo, no atendimento a pessoas com autismo na rede municipal de saúde, no debate por inclusão da pessoa com Síndrome de Down no mercado de trabalho e no combate ao câncer de mama, com a ampliação da idade mínima para que as mulheres tenham direito à mamografia gratuita no município. Essas são bandeiras que não podem ser esquecidas”, detalha.

João Coelho afirma que seu envolvimento com a política partidária se deu a partir do momento em que passou a acompanhar o trabalho do irmão. “Durante o mandato do Adriano, sempre dei apoio às ações sociais realizadas por ele e sua equipe nos diversos bairros de Belém. Ver os resultados desse trabalho em benefício das pessoas foi uma grande motivação pra mim”, analisa.

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