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Fraude no INSS: quais investigados fizeram movimentações suspeitas, segundo o Coaf?

Estadão Conteúdo

A CPMI do INSS recebeu documentos sobre movimentações financeiras atípicas de investigados no suposto esquema de fraudes nos benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão responsável por elaborar relatórios sobre transações atípicas e combater a lavagem de dinheiro, produziu documentos sobre uma entidade, uma dirigente de entidade e um agente afastado da Polícia Federal. Os relatórios foram obtidos pelo Estadão.

Segundo o órgão, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), uma das entidades investigadas pelo esquema de descontos indevidos, movimentou R$ 2 bilhões entre maio de 2024 e maio de 2025.

Criada nos anos 1960, a Contag é a entidade que mais arrecadou com descontos associativos no período investigado pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto. Entre 2016 e janeiro de 2025, foram R$ 3,4 bilhões, segundo dados levantados pela Controladoria-Geral da União (CGU).

O Coaf avaliou as movimentações da associação como incompatíveis com a receita obtida no período, classificando-as como "suspeitas de irregularidades".

Entre as transações atípicas, o órgão destacou um volume elevado de movimentações com terceiros cuja relação com a entidade não foi identificada, além de operações em fundos de renda fixa incompatíveis com os rendimentos da associação.

"Movimentação realizada muito acima da declarada para o período em regiões de fronteira, com pessoas sem aparente vínculo comercial. Incluindo denúncias externas em apuração. Diante do exposto, comunicamos, por suspeitas de irregularidades podendo caracterizar desvio com fraudes", diz o documento do Coaf.

Em nota, a Contag informou que não teve acesso ao documento e que pauta sua atuação pela transparência, pela legalidade e pela responsabilidade social.

O Coaf também produziu um relatório sobre Cecília Rodrigues Mota, advogada que dirigiu duas entidades investigadas pelas fraudes. Em um dos relatórios do órgão, foi identificada a movimentação de R$ 2,5 milhões em menos de dois meses. No total, em um ano, a advogada movimentou R$ 10 milhões em transações incompatíveis com seu patrimônio.

Durante as investigações, a Polícia Federal identificou que a advogada realizou 33 viagens entre janeiro e novembro de 2024, passando por destinos como Dubai, Paris e Lisboa, onde adquiriu diversos itens de luxo.

De acordo com as investigações, a advogada desempenhou "um papel central na teia financeira" do esquema de descontos indevidos. Escritórios de advocacia e empresas ligadas a Cecília são suspeitos de receberem dinheiro de entidades investigadas pelas fraudes e repassarem valores a servidores do INSS suspeitos de corrupção.

Cecília Mota dirigiu duas entidades investigadas pela PF, a Associação dos Aposentados e Pensionistas Nacional (AAPEN) e a Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), entre 2017 e 2020.

Procurada, a advogada não respondeu. O espaço segue aberto a eventuais manifestações.

O Coaf também identificou movimentações atípicas do agente afastado da PF Philipe Roters Coutinho. Em um ano, o agente movimentou R$ 2,8 milhões, valor incompatível com seu patrimônio e atípico para um servidor público.

No período analisado, Coutinho tinha um rendimento mensal de R$ 13 mil na PF. O agente teve US$ 200 mil apreendidos em dinheiro vivo em uma operação policial em abril.

O agente afastado é investigado por supostas ligações com o esquema dos descontos indevidos. A defesa de Coutinho alega que o servidor não possui "qualquer vínculo com as questões relativas ao INSS".

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