Felipe Neto deve depor em delegacia do Rio nesta quinta-feira, 18
Influenciador responderá por chamar o presidente Bolsonaro de genocida
O youtuber Felipe Neto foi intimado a depor nesta quinta-feira (18) na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática do Rio. O influenciador disse que a convocação se deu após uma publicação dele, numa rede social, chamando o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de "genocida", devido ao comportamento do presidente durante a pandemia de covid.
De acordo com o delegado Pablo Sartori, responsável pelo caso, Felipe pode ir pessoalmente ou enviar uma petição através de sua defesa.
Pronunciamento a respeito da acusação de crime contra a segurança nacional.
— Felipe Neto (@felipeneto) March 16, 2021
15/03/2021
Obrigado a todos que assistirem e puderem ajudar com um RT. pic.twitter.com/b3QL7piaNQ
Felipe Neto publicou, no dia da intimação, a segunda-feira 15, uma imagem com a reprodução do documento assinado pelo delegado Pablo Sartori, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
1) Um carro da polícia acaba de vir na minha casa.
— Felipe Neto (@felipeneto) March 15, 2021
Trouxeram intimação p/ q eu compareça e responda por
CRIME CONTRA SEGURANÇA NACIONAL
Pq chamei Jair Bolsonaro de genocida.
Carlos Bolsonaro foi no mesmo delegado q me indiciou por "corrupção de menores".
Sim, é isso mesmo. pic.twitter.com/nhMugYfc8c
Não é a primeira vez que Felipe é alvo de Sartori. Ela já havia indiciado o influenciador digital, no ano passado, por corrupção de menores.
"Trouxeram intimação para que eu compareça e responda por crime contra a segurança nacional, porque chamei Jair Bolsonaro de genocida. Carlos Bolsonaro foi no mesmo delegado que me indiciou por 'corrupção de menores'", escreveu Felipe, citando o vereador carioca e filho do presidente.
Passei mais de 5 anos atacando o Lula. Nunca recebi sequer uma notificação. Nunca tentou me silenciar.
— Felipe Neto (@felipeneto) March 16, 2021
Isso diz muito. https://t.co/ET71YQuVsW
Desde a intimação, Felipe Neto tem sido alvo de solidariedade e ataques. Na quarta-feira, 17, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) instigou a polícia a ir atrás dele e do prefeito de São Paulo, João Doria, que repetidamente chamou o presidente de genocida.
"Hoje, o [governador] João Doria chamou Bolsonaro de genocida. Processa o Doria, pô. Seja homem", desafiou Haddad, em live realizada pela TVT e retransmitida pelo UOL, na noite de quarta-feira. "O Bolsonaro não tem coluna vertebral. Ele manda a Polícia Federal na casa do menino bem-sucedido, de um youtuber. O governador do Estado o chamou de genocida. Eu o chamei mil vezes. E ele manda a PF na casa do youtuber? Por que não manda a polícia aqui? Vai mandar a PF na casa do menino?", completou.
OAB
O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, enviou ofício ao chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Allan Turnowski, requerendo uma audiência para tratar do "Mandado de Intimação recebido pelo Sr. Felipe Neto, no dia 15 de março de 2021".
É inaceitável a utilização de forças policiais para perseguições político-ideológicas. Liguei para o @felipeneto, para prestar solidariedade e somar na contundente rejeição a este recado intimidatório e antidemocrático. Recado este que, claramente, não era só para o Felipe. https://t.co/5m601TOOaT
— Felipe Santa Cruz (@felipeoabrj) March 16, 2021
Para Santa Cruz, a "questão é flagrantemente ilegal, haja vista identificarmos que a atuação da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) instaurou procedimento destinado a apurar conduta manifestamente atípica, com a utilização das forças policiais para perseguições político-ideológicas".
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