Entenda a decisão do ministro Dias Toffoli sobre a anulação do acordo de leniência da Odebrecht

Ministro do Supremo listou o que, para ele, foram irregularidades no processo

O Liberal
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A decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que invalidou provas obtidas a partir do acordo de leniência firmado pela Odebrecht, está inserida em uma ação que discute o acesso a provas em processos criminais. Veja a decisão em detalhes, tópico por tópico.

Contexto do acordo de leniência

O acordo de leniência entre o Ministério Público Federal (MPF) e a Odebrecht foi estabelecido em dezembro de 2016 e homologado, no âmbito da Operação Lava Jato, em maio de 2017, pelo então juiz Sergio Moro.

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Fundamentos constitucionais

A questão chegou ao STF porque envolve direitos constitucionais fundamentais, como a ampla defesa e o contraditório, que são essenciais para a validade das ações penais na Justiça.

Papel do STF na proteção dos direitos fundamentais

Conforme a Constituição, é responsabilidade do STF garantir o cumprimento de seus mandamentos e proteger os direitos fundamentais, incluindo o direito dos investigados de se defenderem adequadamente em processos criminais.

Crítica à prisão de Lula

Na decisão, o ministro Toffoli mencionou que a prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018 (ele não tinha mandato), pode ter sido um dos maiores erros jurídicos da história do Brasil. Lula foi preso por 1 ano e 7 meses em Curitiba, com base em uma condenação relacionada à operação Lava Jato, que se baseou na delação premiada de executivos da OAS, não da Odebrecht.

Origem da ação no STF

A ação questionando o acordo de leniência da Odebrecht foi apresentada pela defesa de Lula em 2020, quando advogados contestaram decisões da 13ª Vara Federal de Curitiba em uma ação penal contra o ex-presidente.

Conteúdo do acordo de leniência

O acordo de leniência da Odebrecht envolvia a revelação de condutas ilícitas e o compromisso de cessar práticas irregulares, além do pagamento de uma multa significativa às autoridades do Brasil, Estados Unidos e Suíça ao longo de 23 anos.

Súmula Vinculante 14

Os advogados argumentaram que as condições impostas pela Justiça Federal violaram decisões anteriores e o entendimento do Supremo, resumido na Súmula Vinculante 14. Essa súmula resume a orientação do STF de garantir aos investigados o acesso a elementos de prova produzidos contra eles em investigações e processos criminais.

Documentos não enviados ao STF

O ministro Toffoli destacou que, ao longo do processo, o STF solicitou documentos relacionados ao caso, mas não recebeu todas as informações solicitadas. Isso levanta preocupações sobre o cumprimento da Súmula Vinculante 14 na "operação Lava Jato" e em outros aspectos do sistema de Justiça.

Abrangência da decisão

A decisão de Toffoli se estende a todas as ações penais baseadas no material do acordo de leniência, em qualquer instância judicial. Isso impede o uso dessas informações como prova, cabendo ao juiz avaliar a continuação dos processos após a exclusão desse conteúdo.

Irregularidades na cooperação internacional

Outro aspecto tratado na decisão envolve indícios de irregularidades nas negociações entre a Lava Jato e autoridades estrangeiras para obter documentos relacionados ao caso do então ex-presidente.

Responsabilização de agentes públicos

Toffoli determinou que agentes públicos envolvidos nas possíveis irregularidades sejam responsabilizados, o que pode resultar em processos judiciais, incluindo ações penais e de indenização por danos, contra aqueles que atuaram diretamente nas ações ilegais.

Reações à decisão

A decisão de Toffoli gerou diferentes reações. Sergio Moro defendeu a legalidade da Lava Jato, enquanto o ministro da Justiça, Flavio Dino, afirmou que Lula foi julgado indevidamente. O procurador Deltan Dallagnol criticou a decisão, argumentando que a anulação do acordo de leniência prejudica o combate à corrupção.

 

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