Embaixadas dos EUA e da China 'batalham' nas redes com críticas a Moraes e elogios ao Brasil

Disputa entre EUA e China ganha novo capítulo no Brasil, com críticas ao STF e apoio a exportações nacionais

Estadão Conteúdo
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Em meio ao tarifaço promovido por Donald Trump e ao decreto de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil tornou-se o pivô de um embate entre as embaixadas dos Estados Unidos e da China nas redes sociais.

Enquanto a embaixada americana no Brasil critica a conduta do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), os chineses elogiam os produtos nacionais e afirmam que a nação asiática está aberta às exportações brasileiras.

Nesta quinta-feira, 7, a Embaixada dos Estados Unidos afirmou que há censura, perseguição política e violações de direitos humanos no Brasil, das quais Moraes seria o “principal arquiteto”. O órgão diplomático declarou estar “monitorando a situação de perto” e fez uma ameaça aos que se aliarem ao magistrado.

“Os aliados de Moraes no Judiciário e em outras esferas estão avisados para não apoiar nem facilitar a conduta de Moraes”, disseram os americanos em publicação no X (antigo Twitter). Como mostrou o Estadão, o Itamaraty pretende convocar Gabriel Escobar, chefe da embaixada, para prestar esclarecimentos sobre a postagem.

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Por outro lado, o perfil da Embaixada da China no X fez publicações elogiosas aos produtos brasileiros. Em uma delas, na quarta-feira, 6, o órgão afirmou que o açaí “conquistou paladares” chineses. “A superfruta amazônica ganha espaço nas lojas de bebidas, atraindo consumidores chineses pelo sabor único e pelos benefícios à saúde”, escreveu a embaixada.

O açaí não foi o único produto brasileiro saudado pela representação chinesa. Em 2 de agosto, o perfil destacou a abertura do mercado chinês para o café e o gergelim do Brasil. Ambos os produtos passaram a ter tarifas adicionais nos Estados Unidos desde quarta-feira.

O café nacional também foi destaque em uma publicação da terça-feira, 5, quando a embaixada chinesa se referiu ao produto como o “queridíssimo café brasileiro”.

As postagens da Embaixada dos Estados Unidos vão ao encontro das investidas do governo Trump contra Moraes e outros ministros do STF. Enquanto o ministro foi sancionado pela Lei Magnitsky — uma medida criada para restringir os direitos de violadores graves de direitos humanos —, outros sete ministros da Corte tiveram os vistos suspensos pelo governo americano.

O Departamento de Estado dos EUA, órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, também tem elevado o tom contra Moraes. O chefe da pasta, o secretário Marco Rubio, repercutiu a sanção pela Lei Magnitsky afirmando que “togas não podem proteger” violadores de direitos humanos. “Que isso sirva de aviso para aqueles que pisoteiam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los”, disse Rubio em 30 de julho. A declaração foi replicada pelo perfil da Embaixada dos Estados Unidos.

Na terça passada, o vice-secretário do órgão, o diplomata Christopher Landau, afirmou que Moraes tem “impulsos orwellianos”, em referência à obra de George Orwell, que critica regimes totalitários.

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