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“Em todas as eras, houve a figura do bobo da corte”, diz Renan durante depoimento de Luciano Hang

O empresário está sendo ouvido sobre o chamado "gabinete paralelo", acusado de promover sem comprovação científica, como o "tratamento precoce" contra a covid-19

O Liberal
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A CPI da Pandemia começou a ouvir, na manhã desta quarta-feira, o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e, como esperado, o depoimento tem sido marcado por discussões entre apoiadores e opositores da atual gestão federal. Hang iniciou seu discurso afirmando que estava de 'coração aberto' para esclarecer qualquer questão: “Porque nada devo, não fiz nada de errado e a CPI não tem prova nenhuma contra mim”, afirmou. "Podemos fazer hoje aqui a melhor sessão da CPI da covid", completou.

Em seguida, afirmou que estava com Deus e milhões de brasileiros ao seu lado. "Imagine o quanto é duro para mim ver a morte da minha mãe usada politicamente de forma tão vil, baixa e desrespeitosa", disse, afirmando ter a consciência tranquila que fez o melhor que podia para salvar a vida dela. 

Material que foi entregue à Comissão aponta que a declaração de óbito da mãe do empresário, Regina Hang, "foi fraudada". Apoiador do presidente Jair Bolsonaro e incentivador do chamado "tratamento precoce", Hang é acusado de pertencer ao chamado "gabinete paralelo", que promove ideias sem comprovação científica,

O presidente da Comissão, Omar Aziz, respondendo às declarações do depoente, afirmou que o nome de Regina Hang nunca foi usado pela CPI politicamente e que foi o próprio Hang quem falou sobre o tratamento precoce para a mãe. “Não fomos nós quem trouxemos a sua genitora para esse debate”.

A pedido do empresário, foi exibido um vídeo da Havan, o que gerou críticas de membros CPI que classificaram as imagens como propaganda da empresa. Luciano continuou seu pronunciamento destacando a expansão dos negócios, lucro da Havan, empregos gerados e investimentos na área da saúde para ajudar o país durante a pandemia. Negou também ser contra a vacinação, afirmando que disponibilizou suas lojas como pontos de vacina. 

"Este foi meu crime? Tentar ajudar o nosso país?", questionando, afirmando ser "vítima de um conjunto de narrativas" por não ter medo de falar a verdade, mostrar seu apoio ou dar a sua opinião. Ele negou ainda fazer parte de gabinete paralelo, financiar fakenews ou ser negacionanista.  

Relator da CPI, Renan Calheiro (MDB/AL) agradeceu a presença do empresário e disse que a Comissão tem ouvido e mostrado ao país ‘personagens', termo que, segundo o senador, é a qualificação mais apropriada. "Que é a síntese dessas macabras figuras que flagelam a nação indistintamente. Tratam-se de figuras corriqueiras, na sabujice ao poder, em busca de ganhos fáceis, através de fanfarras mortais. Em todas eras do nosso país, houve a figura do bobo da corte, independente de trajes usados ao longo do tempo, são uteis para bajular o rei, os poderosos do camarim, e criar cortinas de fumaça para desviar a atenção dos dramáticos e reais problemas da nação", declarou Renan.

As declarações de Renan irritaram outros parlamentares, que pediram seriedade e respeito, entre eles Flávio Bolsonaro. O filho do presidente criticou o relator por chamar o depoente de 'bobo da corte', mas Renan disse que era Flávio quem estava insinuando isso. "A carapuça serviu”, respondeu Renan. 

Questionando por outro senador sobre sua presença na CPI, depois de várias sessões ausentes, Flávio respondeu: “Deu vontade de vir pro circo, com todo o respeito aos palhaços”.

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