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Delegado da PF acusa Zequinha Marinho de ser financiado por grupos criminosos

Senador diz que vai acionar a justiça por declarações caluniosas

Fabrício Queiroz
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O ex-superintendente da Polícia Federal do Amazonas, Alexandre Saraiva, afirmou que há governadores, senadores e deputados que são apoiados por grupos devastadores da Amazônia. Entre esses políticos envolvidos estaria o senador paraense Zequinha Marinho (PL). A declaração ocorreu durante a edição de terça-feira (14), do programa Estúdio I, da Globo News.

Alexandre Saraiva alegou que possui uma série de ofícios encaminhados por senadores à sua chefia reclamando de sua atuação que estaria ultrapassando os limites da lei e cometendo abuso de autoridade. O delegado da PF lembrou também o ocorrido durante a Operação Handroanthus, em dezembro de 2020. Na época, a PF realizou a maior apreensão de madeira ilegal da história do Brasil. Seriam mais de 43 mil toras ao longo dos rios Mamuru e Arapiuns, na divisa do Pará com o Amazonas.

Após isso, o então ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, recebeu os empresários investigados em reunião intermediada por deputados e senadores, entre eles Zequinha Marinho, segundo informou o próprio Salles. E em abril de 2021, o ex-ministro esteve em Santarém e gravou um vídeo defendendo os madeireiros, ao lado de Marinho e da deputada federal Carla Zambelli (PL), ambos do mesmo partido.

Para Alexandre Saraiva, tal fato demonstra a intima relação de um grupo de parlamentares do chamado Centrão com atividades ilegais na região. “Veja de onde saíram boa parte dos parlamentares do Centrão. São financiados por esses grupos com certeza absoluta. Vou dizer nomes: Zequinha Marinho estava junto com Ricardo Salles no dia da Handroanthus”, disse o delegado que citou também os nomes dos senadores Telmário Mota (PROS-RR), Mecias de Jesus (Republicanos-RR) e Jorginho Mello (PL-SC). “Nós temos uma bancada do crime, uma bancada, na minha opinião, de marginais, de bandidos”, qualificou o delegado que considera que “esses criminosos têm boa parte dos políticos da região no bolso”.

Em nota, o senador Zequinha Marinho afirma que, no caso da Operação Handroanthus, atuou como representante legal dos paraenses, a pedido da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeiras do Estado do Pará (Aimex) e da Associação da Cadeia Produtiva Florestal da Amazônia (Unifloresta) por conta de “arbitrariedades cometidas” pelo delegado e agentes da PF. “Parte da madeira apreendida é originária de Planos de Manejo, devidamente licenciados pelo órgão ambiental responsável e dispõe de todas as documentações exigidas”, afirma o parlamentar.

Além disso, Marinho classificou as declarações de Alexandre Saraiva como caluniosas “Assim como não compactua com atos criminosos, o senador Zequinha Marinho não irá tolerar difamação, calúnia ou qualquer ataque à sua imagem, seja de quem for. O que o delegado da Polícia Federal no Amazonas afirma é grave. Vamos buscar a Justiça como forma de combater esse crime de calúnia”, declarou.

O presidente da Aimex, Eduardo Leão, informou à O Liberal que, de fato, a entidade buscou o apoio parlamentar para conseguir acesso ao Ibama e mostrar as “ilegalidades da atuação do delegado”. “O pedido, feito de forma republicana, foi unicamente para que setores da Polícia Federal e Ibama pudessem ouvir representantes da Associação e conduzissem as investigações de forma isenta, pois, como foi constatado posteriormente, havia produtos madeireiros de origem legal e sustentável que estavam sendo apreendidos sem justificativa técnica ou legal”, pontua Leão, ressaltando que a entidade não tinha qualquer objetivo de coibir ou dificultar as investigações.

Já o consultor jurídico da Unifloresta, Murilo Araújo confirmou que a associação solicitou a mediação do senador no caso da apreensão de madeira para ter acesso aos órgãos ligados à operação, em especial o Ministério da Justiça.

“Essa operação causou um enorme prejuízo ao setor florestal porque era a produção de um ano. Procuramos uma defesa para mostrar que o delegado estava errado na alegação porque ali é uma área de manejo florestal, além de que a competência de fiscalização era do estado do Pará”, afirmou Araújo que considera que as ações do ex-superintendente foram autoritárias e suas declarações são suspeitas, já que hoje ele é pré-candidato a um cargo público.

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