CPI do transporte público em Belém deve ficar para 2022
Presidente da Câmara diz que empresas ainda estão "no prazo" para melhorias exigidas
Os debates sobre criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os serviços que as empresas de transporte público prestam para a população de Belém devem mesmo ficar só para o ano que vem, conforme previsão do presidente da Câmara Municipal da capital, Zeca Pirão (MDB).
Segundo ele, o prazo que a Casa deu para os serviços melhorarem encerra este ano e ele tem escutado informações positivas em relação a infraestrutura de mobilidade urbana da cidade.
"Demos esse prazo e já tive a notícia da chegada de 50 ônibus para aumentar a frota, beneficiando áreas mais afastadas do centro, como Outeiro, Mosqueiro e Icoaraci. Soube que eles estão se movimentando. Se não, a partir do ano que vem o pau come pra cima deles", ele disse para a reportagem.
Para o vereador Fernando Carneiro (Psol), o tema merece investigação, já que ele considera o problema do transporte público um dos mais graves de Belém. Ele aguarda as decisões da mesa diretora sobre o tema e diz estar disposto a participar da CPI e lembra que o requerimento para tal já conta com mais de 20 assinaturas, ou seja, excede o necessário para a abertura da comissão.
"A maioria dos municípios brasileiros não tem condições de fazer a gerência e operação do sistema, então transfere ao setor privado essa operação. Mas há muitos problemas nessa operação, principalmente nos últimos dezesseis anos, que perdeu muito em transparência e controle, em gestão da capacidade de gestão do município em relação ao transporte. Então o transporte ficou muito na mão dos empresários que sempre tiveram um controle muito grande sobre as ordens de serviço, sobre as linhas, sobre as áreas e isso tem mudado ainda que paulatinamente nessa gestão", diz.
A Câmara Municipal começou a debater a possibilidade de uma CPI do transporte público em Belém quando as empresas de transporte público da capital paraense solicitaram um aumento na passagem de ônibus, que passaria dos atuais R$ 3,60 para R$ 4,87.
Desde então, nem a prefeitura nem o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) atualizaram o caso.
A reportagem entrou em contato com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém, que disse que o pedido ainda está em análise. Já Setransbel não respondeu à equipe de O Liberal até o momento.
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