Celso Amorim vai à Ucrânia, a pedido de Lula
Ida de Lula a Portugal acontece em meio à manifestação negativa das declarações do brasileiro sobre a guerra na Ucrânia
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, afirmou que, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Brasil vai enviar o ex-chanceler Celso Amorim, atualmente assessor especial da Presidência, à Ucrânia.
Nesta sexta-feira (21), pessoas com bandeiras e fotos do conflito na Ucrânia, se posicionaram na frente da embaixada brasileira em Lisboa para protestar contra comentários recentes sobre a guerra na Ucrânia feitos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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A Associação Ucraniana de Portugal entregou uma carta à embaixada brasileira para expressar sua insatisfação, que foi encaminhada ao embaixador do Brasil, Raimundo Carreiro, e ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo.
Márcio Macedo afirmou que, “o Brasil e o presidente Lula têm vocação pela paz e o presidente trabalhará para unir outros países para buscar uma alternativa para encerrar o conflito”, disse Macêdo a repórteres, após receber a carta..
A Ucrânia convidou Lula para uma visita, na terça-feira (18), um dia depois dele se reunir com o ministro das Relações Exteriores da Rússia em Brasília. Questionado se o presidente visitaria a Ucrânia, Macêdo disse que o assessor especial para assuntos internacionais de Lula, Celso Amorim, irá.
Macedo informou que o presidente Lula o orientou que dissesse que o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, ex-chanceler Celso Amorim, que esteve na Rússia, vai visitar a Ucrânia, acrescentando que não há uma data marcada.
Lula em Portugal
Nesta sexta-feira, Lula chegou a Portugal para uma visita oficial de cinco dias. Alguns ucranianos se irritaram com a fala de Lula ao sugerir que tanto Ucrânia quanto Rússia tinham culpa pelo conflito que começou quando Moscou invadiu a vizinha em fevereiro de 2022.
Lula disse também no final de semana passado que os Estados Unidos e os aliados europeus deveriam parar de fornecer armas à Ucrânia. Na opinião do presidente brasileiros, isso está prolongando a guerra.
O presidente Lula também reafirmou a condenação à violação da integridade territorial da Ucrânia pela Rússia, e pediu novamente uma mediação para encerrar a guerra, uma iniciativa de paz que o governo da Ucrânia criticou por “tratar a vítima e o agressor” da mesma maneira.
Autoridades brasileiras disseram à Reuters na quinta-feira que Lula --querendo proteger a neutralidade do Brasil-- deve evitar críticas ao papel do Ocidente na guerra da Ucrânia durante sua visita a Portugal. Ele se reunirá com o presidente e o primeiro-ministro de Portugal no sábado.
A refugiada ucraniana Yana Kolomiiets, que está em Portugal há quatro meses, participou do protesto em Lisboa e disse que se sentiu “péssima” quando ouviu os comentários de Lula.
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