Caso Marielle: 'Desafio acharem algo contra mim', diz Domingos Brazão
Conselheiro do TCE teria sido apontado por Ronnie Lessa como mandante do crime, segundo reportagem do site The Intercept Brasil

O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/TJ) Domingos Brazão negou qualquer envolvimento nos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018. Reportagem do site The Intercept Brasil publicada nesta terça-feira (23) afirma que o ex-sargento da Polícia Militar Ronnie Lessa, acusado de ser o autor dos disparos contra as vítimas, apontou Brazão como mandante do crime, em deleção premiada à PF.
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Em entrevista ao portal O Globo, o conselheiro afirma que já foi investigado pela Polícia Civil, pela PF e pelo Ministério Público, mas nada foi encontrado contra ele. "Por que protegeriam o Domingos Brazão? Que servidor público colocaria em risco sua carreira para me proteger? Eu desafio acharem algo contra mim", declarou.
Sobre a possibilidade de Lessa tê-lo apontado como mandante da morte de Marielle, Brazão declarou que o ex-militar "deve estar querendo proteger alguém". Ele argumenta que não conhecia a vereadora, o motorista que estava com ela e também morreu na emboscada e nem mesmo os ex-PMs presos por envolvimento no assassinato. "A polícia tem que descobrir quem (Lessa quer proteger). Nunca fui apresentado à Marielle, ao Anderson, nem tampouco à Lessa e ao Élcio de Queiroz. Jamais estive com eles. Não tenho meu nome envolvido com milicianos. A PF não irá participar de uma armação dessas, porque tudo que se fala numa delação tem que ser confirmado", declarou.
O conselheiro diz que apesar das diversas tentativas de seus advogados, que procuraram o Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tomar ciência se há algo contra ele, ainda não conseguiu acesso à segunda parte das investigações do caso Marielle.
"Sempre estive à disposição. Minha família vem sofrendo muito com isso", declarou, durante a entrevista. "Fiquei feliz em saber que ele (Lessa) fez a delação, mas ele tem que dizer a verdade. A morte de Marielle revelou muita sujeira embaixo do tapete. Agora querem me empurrar para isso. Se tem alguém que foi sabatinado, investigado, esse alguém foi Domingos Brazão. É um desgaste grande. Estou sangrando, mas não tenho medo de investigação", continuou.
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