Bolsonaro pode voltar ao Pará na próxima semana
Seria a segunda visita do presidente da república ao Pará em quinze dias

Uma nova visita do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Pará está prevista para o início do mês de julho.
Ele esteve em Belém no último dia 19 para o aniversário da Assembleia de Deus, mas existe a expetativa de que ele retorne ao estado no próximo dia 2, desta vez para visitar o arquipélago do Marajó, conforme programação recebida por prefeitos da região. Ainda não há confirmação oficial da presidência da República.
A visita, que além do presidente da República contaria com 11 ministros, tem como objetivo dar visibilidade ao programa Abrace o Marajó, do Governo Federal.
Para Guto Gouvêa (PL), prefeito de Soure, a visita será uma boa oportunidade de reacender a fé de que a iniciativa sairá do papel, já que desde o anúncio do projeto, em março de 2020, muitos prefeitos se desanimaram por conta da falta de diálogo com a esfera federal.
"Nunca tínhamos visto um governo federal ter um programa dedicado exclusivamente ao Marajó, mas por outro lado o programa foi anunciado há mais de um ano e até agora não vimos ações concretas, o que fez com que muitos políticos da região não tenham mais a mesma perspectiva positiva de antes", lamenta ele, que também é presidente da Associação de Municípios do Marajó.
Gouvêa afirma que o presidente Bolsonaro chegou a visitar Breves em outubro de 2020, mas não recebeu nenhum prefeito marajoara para discutir as necessidades e diretrizes do programa que pretende melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano da região, que é composta por 16 municípios e registra os números mais negativos do Brasil em área como educação, saúde, saneamento básico e renda.
Para não deixar a oportunidade passar, ele e os demais gestores municipais se reuniram na manhã desta segunda-feira (21) para estabelecer demandas prioritárias em comum, enxugar o número de propostas e não confundir os ministros caso ocorra uma reunião oficial entre eles e o executivo federal.
"Reunimos para propor algo concreto para a nossa região. Vamos fazer pedidos menos numerosos mas que englobam o Marajó como um todo do ponto de vista do desenvolvimento. Essa demanda precisa partir de baixo para cima e não vir do governo federal para os municípios. Precisa ser construído pelo governo federal, mas que parta das nossas demandas", conta.
Apesar de ter apresentado eixos de atuação, Gouvea lembra que o governo federal ainda não apresentou prazos, metas e nem mesmo orçamento para o Abrace o Marajó.
"Quando tivermos oportunidade, estaremos documentados com seis ações específicas para a região. Mas temos dúvidas. Não há orçamento previsto, somente especulações numéricas. Dizem que chega um bilhão, dois bilhões, três bilhões. Não há nada definido: seria para infraestrutura, pontes, educação? Seria muito importante ele conversar com a gente, mesmo que rapidamente", diz.
O prefeito Xarão Leão (MDB), de Breves, acredita que a reunião entre os prefeitos da região foi fundamental para que os objetivos estejam organizados e documentados. Assim como o prefeito de Soure, Xarão acredita que os prefeitos marajoaras conseguirão se reunir pelo menos com a ministra Damares Alves, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, pasta responsável pelo projeto.
"Independente disso, estamos abertos. O Abrace o Marajó no momento tem algumas demandas mas até agora não ocorreu nada a não ser [a entrega de] cestas básicas e ações assistencialistas. Estamos preparados e cientes da possibilidade dele vir na sexta- feira (2) para dormir aqui e retornar sábado de manhã para Brasília ou dele passar a tarde de sábado aqui", afirma.
A presidência da república na gestão Bolsonaro costuma confirmar eventos e participações do presidente 48 horas antes deles ocorrerem, mas apesar da falta de confirmação, a Marinha do município de Soure já se prepara para a visita, já que há chance do presidente pernoitar no Navio-Auxiliar Pará, do 4º Distrito Naval.
Há ainda a expectativa da realização, durante a visita ao Pará, de uma "motociata", uma passeata com motociclistas, que partiria do centro de Belém rumo a Icoaraci. Este ato também não possui confirmação oficial.
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