Alexandre de Moraes pede sessões extras em julgamento de Bolsonaro e aliados no STF
Sessões extras foram solicitadas para garantir andamento do julgamento do núcleo central da trama golpista

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta sexta-feira (5) ao ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma, o agendamento de sessões extras para o julgamento da ação penal que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, acusados de tentativa de golpe de Estado.
Atualmente, o calendário prevê sessões para terça, quarta e sexta-feira da próxima semana. Porém, Moraes pediu que o julgamento também seja realizado na quinta-feira (11/9).
Em despacho, o ministro afirmou: “Solicito ao Excelentíssimo Presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, o agendamento de novas sessões complementares para a realização do julgamento, a serem realizadas na quinta-feira, dia 11/9/2025.”
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Julgamento em andamento
O processo começou nesta semana, com relatório e sustentações orais apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela defesa dos réus. A retomada ocorre na próxima terça-feira, quando Moraes, relator do caso, deve apresentar seu voto — previsão é que ocupe toda a sessão matinal.
Além da nova data sugerida, já estavam programadas outras quatro sessões: terça-feira à tarde, quarta-feira pela manhã e duas na sexta-feira.
O julgamento é presencial e poderá definir se Bolsonaro e outros sete acusados serão condenados ou absolvidos. Caso algum ministro peça vista, o processo poderá ser adiado por até 90 dias.
Réus do núcleo central da trama
Segundo a PGR, Bolsonaro e aliados articularam um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022 e manter o então presidente no poder.
Confira os principais nomes do núcleo central:
- Jair Bolsonaro – apontado como líder da trama, acusado de comandar o plano golpista para se manter no cargo;
- Walter Souza Braga Netto – ex-ministro e general da reserva, único réu preso; delações apontam que teria financiado acampamentos e ações para apoiar o golpe;
- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator, acusado de participar de reuniões e trocas de mensagens sobre o plano;
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa, teria apresentado minuta de decreto de estado de defesa aos comandantes militares;
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça; uma minuta do golpe foi encontrada em sua casa em 2023;
- Augusto Heleno – ex-ministro do GSI; participou de live propagando informações falsas sobre o sistema eleitoral;
- Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha, teria colocado tropas à disposição para apoiar a tentativa de golpe;
- Alexandre Ramagem – ex-diretor da Abin, acusado de disseminar notícias falsas sobre fraude nas urnas.
Composição da Primeira Turma do STF
O julgamento é conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino.
Eles vão decidir se os oito acusados pela PGR serão condenados ou absolvidos no caso da trama golpista.
(Riulen Ropan, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web de oliberal.com)
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