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Suspeita de sequestrar bebê não agiu sozinha, diz delegado

Polícia Militar aponta que informante, no Distrito Industrial, foi fundamental para localizar bebê em Icoaraci

Victor Furtado
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Jaqueline, a principal suspeita de sequestrar um bebê, da maternidade da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, não agiu sozinha. É o que aponta o delegado Walter Resende, da Seccional da Cremação. Ela foi presa horas após o crime, na manhã desta terça-feira (23), no distrito de Icoaraci. Um homem estava com ela no imóvel em que o menino Luiz Carlos — nascido na tarde de segunda (22) — foi encontrado. Ele também foi detido. Só que pode haver, no mínimo, mais uma pessoa envolvida. E foi quem ajudou na execução do crime, desde o acesso ao hospital até a fuga.

Os primeiros depoimentos da suspeita, que foi identificada apenas como Jaqueline, poderiam não ser tão confiáveis. Visivelmente, ela estava abalada emocionalmente e psicologicamente. Nas primeiras informações, explicou o delegado Walter Resende, a moça relatou ter sofrido violência doméstica e querer muito ter outro filho.

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No último dia 24, Jaqueline foi à Fundação Santa Casa de Misericórdia para fazer exames. Desconfiava estar grávida e a barriga até dá a entender isso. Ela havia tido sangramentos. Os exames não constataram gestação. Poderia ser uma gravidez psicológica. Tudo isso carece de exames e mais investigação também. Uma coisa que o delegado descartou, neste primeiro momento, é que a suspeita tivesse qualquer relação com o pai da criança. José Luiz, na Seccional da Cremação, também disse não conhecer a moça e o homem preso.

Resende adianta que se esses relatos se sustentarem, uma investigação sobre violência doméstica poderá ser aberta. Nem há clareza se a violência que ela relata ter sofrido do companheiro foi o que provocou os sangramentos. Ou se ela foi agredida porque não conseguia engravidar. Mas isso não a isenta do crime cometido, que foi o de sequestro e exposição da vida de outra pessoa a risco. Afinal, se tratava de um bebê com menos de 24 horas de vida.

image Delegado Walter Resende já solicitou as imagens de segurança de todo o entorno da Santa Casa e exames de DNA para confirmar os parentescos. (Ivan Duarte / O Liberal)

O outro suspeito, que não teve nome revelado, estava no mesmo imóvel que Jaqueline. Ao delegado e à reportagem (informalmente e por acidente), ele disse que foi chamado pela moça para ajudar a fazer leite para um bebê que ela havia acabado de ter. O homem chorava e dizia ser inocente. A Polícia Civil está investigando se o depoimento tem fundamento. No mínimo, estava no lugar errado e na hora errada. Por enquanto, ainda é suspeito.

O delegado disse que o próximo passo da investigação é saber quem a ajudou a entrar e sair com a criança da maternidade. Todas as imagens, não só da Santa Casa, como de todo o entorno, serão solicitadas e analisadas. Jaqueline também garante ter tido ajuda. Após a prisão dela, policiais civis e militares saíram em busca da tal cúmplice. Voltaram sem nenhum outro resultado da primeira diligência. Isso não significa que foi a última.

No relato de Adriana Neri, prima de Camila Rodrigues (mãe de Luiz Carlos), o sequestro ocorreu entre 2h30 e 3h40. Nesse horário, uma mulher — não se sabe se enfermeira, médica ou outra pessoa — entrou na enfermaria e disse que iria apagar as luzes para todo mundo dormir. Foi nesse tempo que o bebê sumiu do bercinho onde estava, ao lado da mãe.

 

Informante foi fundamental para localizar a suspeita

 

O tenente coronel Getúlio Rocha, da Polícia Militar, explicou que as buscas pelo bebê e sequestradores começaram pouco depois do desaparecimento. Tão logo a polícia conseguiu ter acesso às imagens do circuito de câmeras de segurança, saíram em diligências. Os primeiros informes já apontavam para o distrito de Icoaraci. Mas como se trata de uma área enorme, era preciso refinar essa busca. Foi aí que uma informante, no Distrito Industrial de Ananindeua, apareceu.

Getúlio relata que a informante deu informações precisas a respeito de Jaqueline e o endereço onde ela e o bebê estavam. Inclusive, ela tinha fotos no celular dela, que comprovavam ser o neném Luiz Carlos. Os policiais partiram imediatamente para interceptá-la antes que fugisse de alguma forma.

Num quarto alugado, conta o tenente coronel, encontraram a moça, a criança e o outro homem suspeito. Fraldas e roupas também foram localizadas e recolhidas para perícias. O delegado Walter Resende destacou que serão solicitados exames de DNA de todo o material para comparar com os pais, o bebê e confirmar tudo de vez. É mais um respaldo para que o inquérito seja concluído sem qualquer brecha.

"Importante se destacar que o bebê está salvo e em segurança com a família. Uma resposta rápida do Estado e da nossas polícias Militar e Civil em proteger a sociedade. Em 23 anos de polícia, nenhuma ocorrência me deixou tão satisfeito em atender e concluir. Falo isso como pai e como filho", comentou Getúlio. Os policiais também escoltaram testemunhas para depoimento na Seccional da Cremação.

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