Protesto em frente ao Palácio do Governo pede retorno das visitações nas penitenciárias do Estado
Esposas e familiares de detentos afirmam que estão há meses sem poder visitar seus entes queridos

Esposas e familiares de detentos estão protestando em frente ao Palácio do Governo, na avenida Doutor Freitas, bairro do Marco, em Belém, desde o início da manhã desta quarta-feira (14). A principal reivindicação dos manifestantes é o retorno das visitações nos complexos penitenciários do Estado que, segundo eles, está suspensa, além do respeito aos direitos humanos.
Elisângela Lima, mãe de um detento que está no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III), no Complexo Prisional de Santa Izabel, contou à reportagem que não vê o filho há mais de quatro meses. "Já são quatro meses e 18 dias sem ver ele. As festas estão abertas, os bares estão abertos, as praias estão abertas, por que não podemos ver nossos parentes?", reclama.
Segundo ela, o filho está com uma doença pulmonar grave e não vem recebendo o tratamento adequado dentro da penitenciária. "Meu filho está com tuberculose, atirado dentro de uma enfermaria. Não é só o sofrimento de estar preso, eles estão sendo mutilados, estão apanhando, estão sofrendo. Tudo que nós estamos pedindo é que possamos voltar a ter nossas visitas aos nossos entes queridos", diz Elisângela.
Entre os cartazes levantados na manifestação, muitos pediam o fim da tortura aos detentos e mais respeito aos seus direitos básicos individuais. "Mais respeito e dignidade dentro das unidades prisionais. Não se pode torturar alguém quando não se há mais o que tirar dele", diz um dos cartazes.
O protesto começou por volta das 7h e, segundo Elisângela, não tem hora para acabar. "Nós só vamos sair daqui quando tivermos alguma resposta. Até agora, ninguém veio aqui ouvir a gente, só vieram ameaçar nos jogar spray de pimenta", afirma.
Seap diz que ampliou número de casas penais autorizadas a receber visita familiar
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que ampliou, nesta terça-feira (13), o número de unidades prisionais autorizadas a receber visita familiar. Com a decisão, das 50 casas penais do Pará, em apenas duas as visitas ainda não estão permitidas.
De acordo com a Seap, a retomada gradual foi iniciada pela em agosto deste ano, quando 16 unidades foram liberadas. Em setembro, o número subiu para 38 e, agora, em outubro, a quantidade de casas penais autorizadas a receber visita familiar foi ampliado para 48.
"Nas casas penais que já estavam reabertas, as visitas são permitidas para, até, 50% da capacidade, enquanto as que reabriram agora terão 30%. A partir deste mês de outubro, graças às medidas de controle e prevenção realizadas pela Seap, essa ampliação também será gradativa: a cada mês, será aberto mais 10% até que a totalidade de visitação esteja liberada, cumprindo todos os protocolos de segurança contra a covid-19", informou a secretaria.
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