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Polícia Civil investiga babá suspeita de dopar bebê de 11 meses em Belém

Um inquérito policial foi instaurado pela Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA)

O LIBERAL

Um casal de Belém denunciou, na manhã deste sábado (21), à reportagem do Grupo Liberal, uma técnica de enfermagem que trabalhava como babá por, supostamente, ter ministrado uma substâ​ncia controlada ao filho do casal, um bebê de 11 meses, durante a noite da última quinta-feira (19). A suspeita surgiu após os pais, desconfiados de barulhos vindos do quarto da criança, revisarem as imagens das câmeras de segurança instaladas no ambiente. Em nota, a Polícia Civil informou que “um inquérito policial foi instaurado pela Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA) para apurar o caso e perícias foram solicitadas”.

“Por sorte, a gente escutou um barulho. Nosso quarto é parede com parede com o do nosso filho. A minha esposa pegou as câmeras para olhar e vimos que a babá estava preparando uma mamadeira para ele às 22h, quando o habitual seria por volta da meia-noite”, relatou o pai, que preferiu não se identificar. Para ele, a babá tem um modus operandi, para que o bebê fique tranquilo ao longo da noite. “Seda o paciente para não ter trabalho”, comentou o pai do bebê.

As imagens mostravam ainda a babá com um objeto suspeito na mão esquerda e segurando o bebê de forma inadequada. “O que chamou atenção foi a forma como ela carregou ele. Ninguém segura um bebê daquele jeito. Acompanhando o vídeo, vimos o momento exato em que ela coloca um comprimido na boca do nosso filho”, contou.

O casal informou que a babá estava no período de experiência e cumpria turnos noturnos de 12 horas, das 19h às 7h. “Ela sabia que tinha câmeras no quarto, nunca escondemos. Só naquele cômodo são três câmeras”, disse o pai.

Segundo ele, a criança apresentou sinais de sonolência excessiva nos dias anteriores, o que os levou a associar o comportamento a uma possível sedação. “Na quinta pela manhã, ele dormiu almoçando. A babá do dia até mandou um vídeo dizendo: ‘Tem sonífero na comida’. Só depois a gente ligou os fatos”, contou o pai da criança.

Na mochila da babá, os pais encontraram uma cartela de Quetiapina, medicamento indicado para tratamento de transtornos psiquiátricos em adultos e com efeitos colaterais graves, como sedação prolongada. “Ela alegou que deu Calman, mas não tinha esse medicamento com ela. A Quetiapina era de 50 mg e pode causar sonolência no dia seguinte, ao contrário do Calman”, explicou.

O bebê foi levado para um hospital particular, onde recebeu atendimento de urgência com lavagem gástrica, soro e carvão ativado. “Graças a Deus ele já acordou bem hoje (21/6)”, disse o pai.

A denúncia foi registrada na noite de quinta-feira (19), na Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Data). Os pais levaram as imagens, os objetos e a medicação encontrada. “A delegada fez apenas um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e liberou a babá, mesmo com o flagrante. A gente está pressionando a polícia e deve ter algumas reuniões importantes nesta semana”, afirmou.

A substância exata administrada à criança está sendo analisada pela Polícia Científica, com previsão de resultado entre 15 e 30 dias. No entanto, os exames podem não detectar o composto devido à lavagem gástrica realizada no hospital.

Apesar das recomendações positivas que a babá havia recebido de conhecidos, os pais pedem atenção redobrada a outras famílias. “Muitos pais não acompanham o comportamento do filho durante o dia. O bebê dorme à noite, o efeito da medicação passa, e os pais nem desconfiam”, alertou o pai.

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