Polícia apresenta segundo suspeito de ter assassinado cinegrafista no bairro da Pratinha II

Cinegrafista e assessor de parlamentar Francisco Haroldo Lameira foi morto em novembro do ano passado com um tiro na cabeça

Gabriel Freitas Ramos, de 19 anos, foi apresentado no final da tarde desta sexta-feira (1), na Divisão de Homicídios da Polícia Civil, acusado de ter executado, junto com seu irmão, o cinegrafista e assessor de parlamentar Francisco Haroldo Lameira, de 57 anos, na noite de 18 novembro do ano passado. O jovem é apontado pela polícia como autor do disparo que matou o cinegrafista em frente a sua casa, na rua John Engelhard, entre Arthur Bernardes e rua Yamada, no bairro da Pratinha II, em Belém. Conhecido pelo seu trabalho jornalístico, o cinegrafista, que trabalhava também como assessor do vereador Sargento Silvano, foi morto com um tiro na cabeça. 

Gabriel se entregou à polícia na manhã desta sexta, após, segundo ele, receber ameaças de morte. Morador do bairro da Pratinha I, ele estava no município de Igarapé-Miri, no nordeste paraense, desde o começo do mês de fevereiro, tentando se esconder após ser apontado como autor do crime, conforme relatou. Gabriel foi conduzido para Belém no final da tarde desta sexta-feira. 
 
Moisés Freitas Ramos, irmão de Gabriel, já havia sido preso no último dia 27 por equipes da Divisão de Homicídios, com a apoio da Delegacia de Polícia Fluvial e do Grupo de Pronto Emprego (GPE) durante a operação Rota, realizada nos rios Samaúma e Pindobal, na região de ilhas de Igarapé-Miri. Na ação, dois assaltantes de embarcações identificados como Dinho e Renan Nascimento da Silva morreram em troca de tiros com a polícia.

Conforme apuração da Divisão de Homicídios, os dois irmãos teriam agidos juntos. Um seria o piloto da motocicleta e o outro, o atirador. Gabriel é apontado como autor dos tiros; Moisés, que já está preso no Complexo Penitenciário de Santa Izabel, Região Metropolitana de Belém, em cumprimento de mandado de prisão temporária, teria sido o piloto da motocicleta utilizada durante a fuga dos dois, após o assassinato do cinegrafista. Em 2015, Moisés já havia sido indiciado pelo crime de latrocínio, utilizando o nome falso de Emerson Freitas Gomes. Os dois negam o crime e apresentam versões do que estariam fazendo no momento do assassinato do cinegrafista. 

Gabriel, que prestou depoimento nesta sexta-feira, exigiu que a polícia apresente provas de que ele e o irmão são os autores do homicídio. "Eu quero que provem, eles vão ter que provar. Assim como eu posso provar onde eu estava, com que estava, o que estava fazendo", afirmou. O suspeito disse que no dia do crime estava na casa da sogra, ainda no bairro da Pratinha I, acompanhado da esposa, almoçando churrasco. "No dia do crime, só escutamos que ele (o cinegrafista) tinha sido morto, mas ninguém comentou nada, quem foi, como foi, não sei. Mas eu nego e eles vão ter que provar. Estou sendo acusado injustamente", frisou. 

Questionado sobre o motivo da fuga para Igrapé-Miri, o acusado disse que foi ameaçado e por isso tentou se esconder. "Falaram que fui eu, eu fiquei com medo e fugi", explicou.  
 
Ainda conforme a versão de Gabriel, o irmão dele também não estaria presente na localidade no dia do assassinato do cinegrafista. Ele contou à polícia que Moisés havia viajado três dias antes do crime para o município de Abaetetuba, nordeste paraense. 

Em relação à vítima, Gabriel disse que não conhecia, apenas "enxergava". "Eu conhecia ele 'de vista' só, enxergava. Sempre via ele passando em um carro prata", comentou. À polícia, entretanto, Gabriel apontou ainda outra hipótese para o assassinato, que teria ligação com a atuação de facções criminosas. Segundo o acusado, o homicídio do assessor seria uma forma de "premiação" para criminosos que atuam na Pratinha I. Segundo esta versão, com a morte de Haroldo, o assassino supostamente poderia ingressar em uma facção criminosa - ritual conhecido "batismo" entre as facções. "Ele está dizendo que a 'cabeça' do cinegrafista era uma espécie de prêmio, exigência das facções que queriam atuar livremente no local e se viam impedidas pela presença constante da polícia, já que a vítima tinha relações próximas com policiais", explicou o Délcio Santos, Diretor da Divisão de Homicídios.

De acordo com o delegado, diante da negativa dos dois acusados, as investigações para apurar os detalhes do homicídio continuam.  

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